Walter Salles faz história: veja a trajetória do cineasta que ganhou o primeiro Oscar do Brasil

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A semana é de comemoração para o povo brasileiro. Não só por conta do Carnaval, mas também pelo histórico e inédito prêmio do Oscar, maior evento da indústria do Cinema.

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Afinal, o filme "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles, venceu como melhor longa metragem internacional, levando o país à loucura.

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E ainda abriu caminho para que Fernanda Torres - com uma atuação impagável - concorresse ao Oscar de Melhor Atriz. Dessa forma, vamos contar a história de Walter Salles, um dos melhores cineastas do mundo e que, agora, entra de vez para a história.

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Walter Moreira Salles Júnior, nascido em 12 de abril de 1956, tem uma trajetória no cinema marcada por produções aclamadas, como "Central do Brasil", "Abril Despedaçado" e "Diários de Motocicleta".

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Além do reconhecimento artístico, Salles se destaca como um dos cineastas mais ricos do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 4,2 bilhões (R$ 24,8 bilhões no câmbio atual), figurando atrás apenas de Steven Spielberg e George Lucas.

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Filho do banqueiro Walther Moreira Salles (foto), fundador do Unibanco e ex-ministro da Fazenda do Brasil, Walter Salles diversificou seus investimentos ao longo dos anos, tornando-se acionista de grandes empresas, como a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e a Alpargatas, produtora das sandálias Havaianas.

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Sua trajetória acadêmica inclui estudos em economia na PUC-RJ e em comunicação audiovisual na Universidade do Sul da Califórnia. Seu irmão, João Moreira Salles (foto), também se tornou cineasta de renome, reforçando o legado da família no campo cultural e intelectual.

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A carreira de Salles começou a despontar quando dirigiu "A Grande Arte" (1991), baseado no romance de Rubem Fonseca. O longa, estrelado por Peter Coyote (foto), explora o mundo do crime e da fotografia. Foi seu primeiro passo no cinema internacional, sendo lançado nos EUA com o título "Exposure".

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Embora tenha sido distribuído pela Miramax, ainda uma empresa pequena na época, o filme não conseguiu uma indicação ao Oscar. No entanto, foi um marco inicial para sua jornada de reconhecimento global.

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O verdadeiro reconhecimento internacional veio com "Central do Brasil" (1998), um dos filmes mais premiados do cinema brasileiro. O drama acompanha Dora (Fernanda Montenegro), uma professora aposentada que escreve cartas para analfabetos na estação de trem do Rio de Janeiro e embarca em uma jornada ao lado do menino Josué (Vinícius de Oliveira).

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O filme venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim, além de ser premiado no BAFTA e no Globo de Ouro.

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Foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Fernanda Montenegro concorreu ao prêmio de Melhor Atriz, tornando-se a primeira atriz latino-americana a receber essa indicação.

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Apesar de não ter vencido os prêmios (derrotas para "A Vida é Bela" (Itália) e Gwyneth Paltrow - foto -, respectivamente), o filme colocou o Brasil novamente no cenário cinematográfico mundial.

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Com o sucesso de "Central do Brasil", Walter Salles continuou sua trajetória com filmes de forte impacto social e humano. Em 2001, dirigiu "Abril Despedaçado", baseado no romance de Ismail Kadaré.

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Ambientado no sertão nordestino em 1910, o filme narra a história de um jovem que é incentivado por seu pai a vingar a morte do irmão, seguindo uma tradição de disputas entre famílias rivais.

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A produção recebeu indicações ao Globo de Ouro e ao BAFTA, consolidando ainda mais o nome de Salles como um dos principais diretores brasileiros da atualidade.

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Em 2004, Walter Salles dirigiu "Diários de Motocicleta", uma cinebiografia do jovem Ernesto "Che" Guevara, interpretado por Gael García Bernal. O filme, baseado nos diários de viagem do revolucionário argentino, mostra sua jornada pela América Latina e os impactos dessa experiência em sua visão política e social.

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A produção foi um grande sucesso mundial, vencendo o Oscar de 2005 de Melhor Canção Original e sendo amplamente elogiada pela crítica.

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Outros trabalhos de destaque incluem "Linha de Passe" (2008), um retrato da vida de quatro irmãos na periferia de São Paulo, que rendeu a Sandra Corveloni o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, e "Terra Estrangeira" (1995), uma obra marcante que mostra a crise econômica e política do Brasil na época do Plano Collor.

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Entre seus projetos mais recentes, "Ainda Estou Aqui" se destaca como uma obra sensível e impactante. Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva (foto), o filme retrata a história de Eunice Paiva, mãe do autor, uma figura central na resistência à ditadura militar no Brasil.

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Eunice teve o marido, Rubens Paiva, desaparecido pelo regime militar, e sua trajetória é marcada pela luta incansável pelos direitos humanos e pela democracia. A produção foi amplamente elogiada por sua abordagem emotiva e sua relevância histórica, resultando no primeiro Oscar do Brasil. Foi na categoria de Melhor Filme Internacional.

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A conquista do Oscar com "Ainda Estou Aqui" é um marco não apenas para Walter Salles, mas para toda a indústria cinematográfica brasileira. Ao longo de sua carreira, Salles sempre buscou contar histórias profundas e humanizadas, explorando temas sociais, políticos e históricos com sensibilidade e maestria.

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Seu estilo narrativo se caracteriza por uma estética realista, um forte trabalho com atores e uma abordagem que privilegia o drama humano em suas múltiplas dimensões.

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Além disso, o reconhecimento de Salles transcende o cinema nacional. Afinal, em 2003, foi eleito um dos 40 melhores diretores do mundo pelo jornal britânico The Guardian.

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Sua filmografia, composta por cerca de 20 produções entre documentários e ficções, comprova seu compromisso com narrativas envolventes e de grande impacto cultural.

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Com uma carreira consolidada e um legado marcante, Walter Salles continua sendo uma das vozes mais importantes do cinema brasileiro. Sua habilidade em contar histórias profundamente humanas e sua visão cinematográfica singular garantiram-lhe um lugar de destaque na história do cinema.

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Seu Oscar com "Ainda Estou Aqui" é a consagração de uma trajetória dedicada à arte, à cultura e à reflexão social. Mais do que um cineasta premiado, Salles é um contador de histórias que emociona e inspira públicos ao redor do mundo.

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