Pesquisadores revelam inseto que come plásticos e combate a poluição

Crédito: Fathiya Khamis/Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insetos do Quênia

Um dos grandes problemas na natureza é o acúmulo de plástico, que polui o meio ambiente e, a longo prazo, pode destruir a fauna e a flora. Pesquisadores descobriram um pequeno inseto no Quênia, país da África, que pode ser essencial neste combate e quebrar tais resíduos.

Crédito: Fathiya Khamis/Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insetos do Quênia

De acordo com os cientistas, a larva-da-farinha (de tenébrios) pode mastigar o poliestireno e hospedar bactérias em seus intestinos que ajudam a quebrar o material.

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Conhecido como isopor, o material plástico é utilizado em embalagens alimentícias, eletrônicas e industriais. Todavia, é difícil de quebrar e extremamente durável. Até porque os métodos tradicionais de reciclagem são caros e podem criar poluentes

Crédito: Stanford University

O experimento durou mais de um mês, e os pesquisadores alimentaram as larvas apenas com poliestireno ou com farelo (um alimento rico em nutrientes). O tenébrio é a forma larval do besouro escuro Alphitobius e tem um período larval entre 8 e 10 semanas.

Crédito: Stanford University

Os insetos que receberam poliestireno e farelo sobreviveram em taxas mais altas. Além disso, conseguiram comer o plástico de forma mais eficiente.

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Além disso, o estudo identificou que as entranhas de larvas alimentadas com poliestireno contêm níveis mais altos de Proteobacteria e Firmicutes, bactérias que podem se adaptar a vários ambientes e decompor uma ampla gama de substâncias complexas.

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Isso pode significar que a larva-da-farinha pode não ter naturalmente a capacidade de comer o material. Mas sim as bactérias que desempenham tal papel. Elas podem ser encontradas em galpões de criação de aves, que são quentes e podem oferecer um suprimento constante de alimentos.

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Ainda de acordo com os cientistas, os insetos podem estar comendo o poliestireno porque ele é composto principalmente de carbono e hidrogênio, uma fonte de energia.

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As informações foram publicadas no "The Conversation", por Fathiya Khamis, cientista do Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insetos do Quênia.

Crédito: icipe

Quando eles começam a ingerir plástico, as bactérias em seus intestinos podem ajudar a quebrá-lo. Uma descoberta que apoia a hipótese de que o intestino de certos insetos pode permitir a degradação do plástico.

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Diante dessa possibilidade, os pesquisadores defendem que isolar essas bactérias e as enzimas produzidas por elas pode ajudar a criar soluções microbianas para degradar os resíduos plásticos em maior escala.

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Boa parte do lixo produzido pelas pessoas demora muito para se decompor e não é destinado para reciclagem. Afinal, o mundo convive, atualmente, com a falta de espaço em aterros sanitários.

Crédito: Site The conversation

Diante disso, proliferam-se os lixões a céu aberto, contaminando a água dos rios e lençóis freáticos. Além dos lixos e resíduos que são abandonados em diversas áreas inadequadas e afetam a vida da população mundial.

Crédito: Imagem Pixabay

Vale destacar que o plástico no meio ambiente também pode dificultar a decomposição de outros resíduos, reforçando ainda mais a superlotação dos aterros sanitários.

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Aproximadamente, oito milhões de toneladas de plástico são descartados em nossos oceanos anualmente. Algo que de forma concreta pode desequilibrar o ecossistema marinho.

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Isso porque o plástico degrada-se em partículas menores, que são ingeridas por peixes e outros animais e aves marinhas. Essas espécies não têm capacidade de ingerir tal resíduo, que pode acarretar em mortes.

Crédito: Flickr Marahalim Siagian

Além disso, o plástico, em grande quantidade no mar, impede a penetração de oxigênio nos sedimentos, comprometendo também o ciclo bioquímico da flora marinha.

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As mortes de integrantes dessas espécies comprometem o ciclo reprodutivo, como é o caso das tartarugas marinhas e de aves, como pelicanos e albatrozes.

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A produção em larga escala dos materiais sintéticos à base de plástico começou por volta dos anos 1950. Estima-se, então, que nessas décadas, o mundo produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico, mas reciclou apenas 9% desse total.

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O ritmo de produção e descarte não diminui e falta de políticas ambientais e educacionais para reduzi-las. Até 2050, existirão pelo menos mais 12 mil milhões de toneladas de plástico no meio ambiente.

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Assim o ritmo de reciclagem não acompanha a produção. As sacolas plásticas de supermercado são úteis, porém podem causar estragos ao meio ambiente.

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Afinal, as sacolas plásticas levam pelo menos 200 anos para se degradar, além de trazerem diversos transtornos. Entre eles, entupir passagens de água nos córregos e bueiros, o que acarreta no acúmulo de retenção de lixos, o que aumenta as enchentes.

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Como o plástico das sacolas é feito com polietileno, substância originada do petróleo, sua decomposição libera gás carbônico e polui o ambiente, além de contribuir com o efeito estufa.

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Por fim, por todo esse cenário, a descoberta desta função para a larva-da-farinha traz a importância na busca pela quebra desses resíduos e a diminuição dos impactos do plástico. No entanto, políticas voltadas à educação e entendimento do meio ambiente se fazem extremamente necessárias.

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