Um dos grandes problemas na natureza é o acúmulo de plástico, que polui o meio ambiente e, a longo prazo, pode destruir a fauna e a flora. Pesquisadores descobriram um pequeno inseto no Quênia, país da África, que pode ser essencial neste combate e quebrar tais resíduos.
Crédito: Fathiya Khamis/Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insetos do QuêniaDe acordo com os cientistas, a larva-da-farinha (de tenébrios) pode mastigar o poliestireno e hospedar bactérias em seus intestinos que ajudam a quebrar o material.
Crédito: Tylwyth Eldar/Wikimedia CommonsConhecido como isopor, o material plástico é utilizado em embalagens alimentícias, eletrônicas e industriais. Todavia, é difícil de quebrar e extremamente durável. Até porque os métodos tradicionais de reciclagem são caros e podem criar poluentes
Crédito: Stanford UniversityO experimento durou mais de um mês, e os pesquisadores alimentaram as larvas apenas com poliestireno ou com farelo (um alimento rico em nutrientes). O tenébrio é a forma larval do besouro escuro Alphitobius e tem um período larval entre 8 e 10 semanas.
Crédito: Stanford UniversityOs insetos que receberam poliestireno e farelo sobreviveram em taxas mais altas. Além disso, conseguiram comer o plástico de forma mais eficiente.
Crédito: Universidade de QueenslandAlém disso, o estudo identificou que as entranhas de larvas alimentadas com poliestireno contêm níveis mais altos de Proteobacteria e Firmicutes, bactérias que podem se adaptar a vários ambientes e decompor uma ampla gama de substâncias complexas.
Crédito: Imagem de Dmitriy por PixabayIsso pode significar que a larva-da-farinha pode não ter naturalmente a capacidade de comer o material. Mas sim as bactérias que desempenham tal papel. Elas podem ser encontradas em galpões de criação de aves, que são quentes e podem oferecer um suprimento constante de alimentos.
Crédito: Imagem de Hans por PixabayAinda de acordo com os cientistas, os insetos podem estar comendo o poliestireno porque ele é composto principalmente de carbono e hidrogênio, uma fonte de energia.
Crédito: cipeAs informações foram publicadas no "The Conversation", por Fathiya Khamis, cientista do Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insetos do Quênia.
Crédito: icipeQuando eles começam a ingerir plástico, as bactérias em seus intestinos podem ajudar a quebrá-lo. Uma descoberta que apoia a hipótese de que o intestino de certos insetos pode permitir a degradação do plástico.
Crédito: Imagem de Dmitriy por PixabayDiante dessa possibilidade, os pesquisadores defendem que isolar essas bactérias e as enzimas produzidas por elas pode ajudar a criar soluções microbianas para degradar os resíduos plásticos em maior escala.
Crédito: ICIPEBoa parte do lixo produzido pelas pessoas demora muito para se decompor e não é destinado para reciclagem. Afinal, o mundo convive, atualmente, com a falta de espaço em aterros sanitários.
Crédito: Site The conversationDiante disso, proliferam-se os lixões a céu aberto, contaminando a água dos rios e lençóis freáticos. Além dos lixos e resíduos que são abandonados em diversas áreas inadequadas e afetam a vida da população mundial.
Crédito: Imagem PixabayVale destacar que o plástico no meio ambiente também pode dificultar a decomposição de outros resíduos, reforçando ainda mais a superlotação dos aterros sanitários.
Crédito: Imagem de GUDE PAVAN e de Rita-👩🍳 und 📷 mit ❤ por PixabayAproximadamente, oito milhões de toneladas de plástico são descartados em nossos oceanos anualmente. Algo que de forma concreta pode desequilibrar o ecossistema marinho.
Crédito: Flickr Marahalim SiagianIsso porque o plástico degrada-se em partículas menores, que são ingeridas por peixes e outros animais e aves marinhas. Essas espécies não têm capacidade de ingerir tal resíduo, que pode acarretar em mortes.
Crédito: Flickr Marahalim SiagianAlém disso, o plástico, em grande quantidade no mar, impede a penetração de oxigênio nos sedimentos, comprometendo também o ciclo bioquímico da flora marinha.
Crédito: Flickr King Baudouin FoundationAs mortes de integrantes dessas espécies comprometem o ciclo reprodutivo, como é o caso das tartarugas marinhas e de aves, como pelicanos e albatrozes.
Crédito: Imagem de EKM-Mittelsachsen por PixabayA produção em larga escala dos materiais sintéticos à base de plástico começou por volta dos anos 1950. Estima-se, então, que nessas décadas, o mundo produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico, mas reciclou apenas 9% desse total.
Crédito: Flickr HATTIFNATTO ritmo de produção e descarte não diminui e falta de políticas ambientais e educacionais para reduzi-las. Até 2050, existirão pelo menos mais 12 mil milhões de toneladas de plástico no meio ambiente.
Crédito: Flickr Ikhlasul AmalAssim o ritmo de reciclagem não acompanha a produção. As sacolas plásticas de supermercado são úteis, porém podem causar estragos ao meio ambiente.
Crédito: Flickr mikofoxAfinal, as sacolas plásticas levam pelo menos 200 anos para se degradar, além de trazerem diversos transtornos. Entre eles, entupir passagens de água nos córregos e bueiros, o que acarreta no acúmulo de retenção de lixos, o que aumenta as enchentes.
Crédito: Flickr United NationsComo o plástico das sacolas é feito com polietileno, substância originada do petróleo, sua decomposição libera gás carbônico e polui o ambiente, além de contribuir com o efeito estufa.
Crédito: Flickr MPCA PhotosPor fim, por todo esse cenário, a descoberta desta função para a larva-da-farinha traz a importância na busca pela quebra desses resíduos e a diminuição dos impactos do plástico. No entanto, políticas voltadas à educação e entendimento do meio ambiente se fazem extremamente necessárias.
Crédito: Agência Albany Imagens