Mãe e filha constroem casa usando 8 mil garrafas de vidro

A casa, que fica na Ilha de Itamaracá, levou dois anos para ficar pronta e tem sete cômodos.

A construção da casa surgiu da preocupação com o descarte irregular de resíduos, especialmente garrafas de vidro, na comunidade da Praia do Sossego.

A comunidade que vive ao redor da Praia do Sossego é bastante simples, com raízes fortes na pesca, e tem se engajado cada vez mais em debates sobre sustentabilidade e conservação ambiental.

A região enfrenta problemas como o descarte irregular de lixo e a pressão do crescimento urbano desordenado.

"A Casa de sal, dentro da nossa pesquisa, é a primeira casa no mundo que utiliza garrafas de vidro na vertical na construção, e esse fato contribui diretamente na iluminação e no seu design", explicou Maria Gabrielly.

Com histórico de 10 anos trabalhando com sustentabilidade, mãe e filha também são fundadoras da marca Cabrochas.

O projeto começou como brechó e se tornou fonte de autonomia financeira e conscientização ambiental.

"Nosso diálogo é para que as pessoas, os poderes e empresas entendam quanto é viável e funcional a ecologia e sustentabilidade para replanejar a questão habitacional", disse Maria Gabrielly.

Inspiradas pela avó Severina, que ensinou a reutilizar materiais, mãe e filha já recuperaram mais de 13 mil garrafas, usadas na construção da casa e em eco-lixeiras comunitárias.

Agora, elas pretendem levar essa experiência para outros territórios que buscam soluções ecológicas semelhantes.

A Ilha de Itamaracá é um dos destinos mais encantadores do litoral norte de Pernambuco, situada a cerca de 40 km do Recife.

Separada do continente pelo Canal de Santa Cruz, a ilha abriga o Forte Orange (foto), construído pelos holandeses no século 17, e a Vila Velha, núcleo histórico com casarios coloniais.

Cercada por águas calmas e mornas, a ilha é conhecida por suas belas praias, manguezais preservados e pelo clima tranquilo que atrai visitantes em busca de descanso e contato com a natureza.

A região também é parte da Área de Proteção Ambiental (APA) de Itamaracá, com manguezais, restingas e Mata Atlântica.