Lentes de contato: origem, indicações, uso e cuidados essenciais

Crédito: wikimedia commons/Harris Brisbane Dick Fund, 1953

As lentes de contato possuem uma longa trajetória, que remonta a mais de 500 anos. Sua origem está ligada, aliás, a um dos maiores gênios do Renascimento: Leonardo da Vinci, que em 1508 concebeu uma ideia revolucionária.

Crédito: wikimedia commons/Harris Brisbane Dick Fund, 1953

Colocar uma lente na superfície do olho para corrigir problemas de visão. Seu estudo foi registrado no "Codex do Olho" e baseava-se na alteração da visão ao submergir os olhos na água. No entanto, o conceito permaneceu apenas teórico por séculos.

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No século XVII, René Descartes aprimorou essa ideia, sugerindo o uso de uma lente diretamente sobre a córnea. Contudo, sua concepção era impraticável, pois impedia o ato de piscar.

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Apenas no século XIX os primeiros experimentos concretos surgiram. Em 1801, Thomas Young desenvolveu um protótipo rudimentar, utilizando um tubo com água e uma pequena lente.

Crédito: Reprodução do quadro de Michael Nicholson

Em 1827, Sir John Herschel sugeriu afilar as lentes para que se ajustassem melhor à superfície do olho. A primeira lente funcional foi desenvolvida em 1887 por F. E. Muller, e no ano seguinte, os médicos Adolf Eugen Fick e Edouard Kalt começaram a usá-las para corrigir deficiências visuais.

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No início, as lentes eram feitas de vidro e cobriam toda a esclera (a parte branca do olho), o que causava desconforto. Mas um avanço significativo ocorreu em 1936.

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Foi quando o oftalmologista William Feinbloom (foto) combinou vidro e plástico para criar uma versão mais leve. Em 1948, Kevin Tuohy projetou uma lente de contato apenas para a córnea, reduzindo ainda mais o desconforto.

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A década de 1960 marcou uma revolução no setor com a invenção das lentes gelatinosas, feitas de um material plástico hidrofílico, mais flexível e confortável. Otto Wichterle (foto) e Drahoslav Lim foram pioneiros na criação desse tipo de lente. Nos anos 70, as lentes começaram a ser produzidas em larga escala, com versões para miopia, hipermetropia e astigmatismo.

Crédito: Reprodução do livro Uma História Ilustrada da Miséria Eslava

A introdução das lentes descartáveis e multifocais nas décadas de 80 e 90 consolidou o uso das lentes de contato como uma alternativa viável aos óculos.

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Atualmente, as lentes de contato são produzidas com materiais avançados, permitindo maior oxigenação dos olhos e adaptação personalizada para diferentes necessidades visuais. Elas são indicadas para diversas condições visuais, incluindo miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.

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Elas também são utilizadas para finalidades estéticas e terapêuticas, como no tratamento de doenças oculares específicas ou para corrigir irregularidades na córnea.

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Entre os principais benefícios das lentes de contato estão a ampliação do campo de visão, a possibilidade de prática de esportes sem restrições, a ausência de reflexos indesejados e o fato de não interferirem na estética facial.

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Além disso, para muitas pessoas, elas oferecem uma alternativa mais confortável e conveniente em comparação com os óculos. Os modelos mais modernos incluem lentes de uso diário, mensal e prolongado, além de opções descartáveis, que oferecem maior praticidade e higiene.

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Embora sejam uma opção prática e eficiente, as lentes de contato exigem cuidados rigorosos para evitar infecções e complicações oculares. Afinal, a higiene adequada é essencial para garantir a segurança e durabilidade das lentes. Assim, eis alguns passos importantes para seguir.

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Antes de manusear as lentes, é fundamental lavar as mãos com água e sabonete antibacteriano, evitando produtos oleosos que possam comprometer a qualidade das lentes. A secagem deve ser feita com um tecido que não solte fiapos.

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O soro fisiológico, amplamente utilizado no passado, não é mais recomendado, pois não remove resíduos de proteína e gordura da mucosa ocular. A solução multipropósito é a melhor opção, pois limpa, desinfeta e hidrata as lentes de forma eficaz.

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O estojo das lentes também deve ser limpo regularmente, utilizando a mesma solução empregada na higienização das lentes. Ele deve ser enxaguado e deixado secar naturalmente para evitar a proliferação de bactérias.

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A água da torneira contém impurezas e micro-organismos que podem causar infecções. Nunca utilize água comum, saliva ou soluções caseiras para limpar as lentes.

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Iniciar a limpeza sempre pelo mesmo olho: esse hábito reduz as chances de confusão entre as lentes, garantindo que cada uma seja colocada no olho correto.

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Além dessas medidas, é essencial seguir as instruções do fabricante e as orientações do oftalmologista para garantir o uso seguro e eficaz das lentes de contato.

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As lentes de contato revolucionaram a forma como milhões de pessoas corrigem sua visão, proporcionando conforto, praticidade e uma alternativa estética aos óculos.

Crédito: - Reprodução do Youtube

Desde as primeiras ideias de Leonardo da Vinci até as inovações tecnológicas do século XXI, esse pequeno dispositivo passou por inúmeras transformações que o tornaram mais acessível e eficiente.

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Com a evolução dos materiais e das técnicas de fabricação, as lentes de contato continuam a oferecer novas possibilidades para usuários com diferentes necessidades visuais. No entanto, seu uso requer cuidados específicos para evitar problemas oculares e garantir uma experiência segura e confortável.

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Seguir as orientações de higiene, respeitar o tempo de uso indicado e realizar consultas regulares ao oftalmologista são medidas fundamentais para quem deseja aproveitar os benefícios das lentes de contato sem comprometer a saúde dos olhos.

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Dessa forma, essa tecnologia continua a desempenhar um papel essencial na melhoria da qualidade de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.

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