A prefeitura do Rio de Janeiro comprou a casa em que foram filmadas as principais cenas de “Ainda Estou Aqui”. O prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou em 03/03 que o local será transformado em espaço batizado de Casa do Cinema Brasileiro, com exposições interativas contando a história do Brasil no Oscar e sede da Rio Film Commission
Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil"Vamos tornar público e abrir para visitação o espaço que trouxe o primeiro Oscar do Brasil em quase cem anos de premiação. Faremos da casa onde foi gravado o filme um lugar de memória permanente da história de Eunice Paiva e sua família, da democracia e ainda uma homenagem às duas grandes mulheres que orgulham o Brasil e deram vida a ela - Fernanda Torres e Fernanda Montenegro", declarou Eduardo Paes nas redes sociais.
Crédito: DivulgaçãoDe acordo com o vice-prefeito, Eduardo Cavalieri (PSD), o município cogita expor na casa a estatueta conquistada pelo filme. “Estávamos aguardando o resultado do Oscar. O espaço contará a história da participação do Brasil no Oscar. Vamos estudar se seria possível levar a estatueta para ser exibida na casa. Será mais um ponto turístico da cidade", declarou o político ao jornal “O Globo”.
Crédito: reproduçãoO filme “Ainda Estou Aqui” foi premiado com o Oscar de "Melhor FIlme Internacional" em 02/03. O longa de Walter Salles ("Central do Brasil") concorreu também em outras duas categorias: Fernanda Torres como Melhor Atriz (vencida por Mikey Madison) e Melhor Filme (que ficou com 'Anora".
Crédito: reproduçãoNo dia 23/09/2024, "Ainda Estou Aqui" foi escolhido o representante brasileiro na tentativa de um lugar no Oscar. A decisão unânime — foram 24 votantes ao todo — foi anunciada pela Academia Brasileira de Cinema.
Crédito: divulgaçãoDesde então, o filme entrou em um período de campanha para ser escolhido pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood - esforço que resultou no prêmio. O longa-metragem estreou nos cinemas brasileiros no dia 7 de novembro.
Crédito: Scott Catron/Wikimédia CommonsAntes, no início de setembro, o filme, que é uma produção original Globoplay, estreou com momentos de emoção no Festival de Cinema de Veneza.
Crédito: reprodução/tv globoOs atores Selton Mello e Fernanda Torres não conseguiram conter as lágrimas com a recepção calorosa do público após a exibição do longa.
Crédito: reproduçãoApós o término da sessão, a produção brasileira foi aplaudida de pé por 10 minutos.
Crédito: reproduçãoO filme chegou a concorrer ao cobiçado Leão de Ouro, principal prêmio do Festival, mas acabou perdendo a disputa para "O Quarto ao Lado", do cineasta espanhol Pedro Almodóvar.
Crédito: divulgaçãoApesar disso, o longa brasileiro levou para casa o prêmio de Melhor Roteiro do festival da cidade italiana.
Crédito: reproduçãoNo dia 5 de janeiro, Fernanda Torres conquistou o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz de Drama, façanha inédita para uma brasileira. Depois, o longa ganhou o Prêmio Goya de Melhor Filme íbero-americano na Espanha.
Crédito: Reprodução TNTO longa, que coleciona indicações e prêmios em diferentes países, conta a história de Eunice Paiva, mãe do jornalista Marcelo Rubens Paiva, que passou 40 anos atrás da verdade sobre o marido desaparecido em 1971, durante a ditadura militar brasileira (1964-1985).
Crédito: reproduçãoRubens Paiva (marido de Eunice) foi preso durante o regime militar no Brasil e teve o mandato de deputado cassado no início da década de 1970.
Crédito: reproduçãoA história se baseia no livro homônimo escrito pelo jornalista Marcelo Rubens Paiva (filho de Eunice e Rubens Paiva). "Ela virou a grande militante ativista da ditadura e da redemocratização brasileira e do chamado Brasil novo", disse ele.
Crédito: wikimedia commons/ Harald KrichelNa trama, Eunice é vivida em fases diferentes da vida pelas atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro (foto).
Crédito: DivulgaçãoO filme conta com um elenco de peso. Além das duas Fernandas, Selton Mello, Marjore Estiano, Humberto Carrão e Dan Stulbach também estrelam o longa.
Crédito: reprodução/tv globoO processo de realização do filme levou cerca de sete anos. O diretor Walter Salles chegou a frequentar a casa onde Rubens Paiva vivia antes de ser levado pelos militares e fez questão de conhecer sua família.
Crédito: Reprodução/Canal Arte1O filme recebeu grande aprovação da imprensa internacional. E atuação de Fernanda Torres também atraiu muitos elogios.
Crédito: reprodução/tv globo"Salles nunca se excede nas batidas emocionais do filme, confiando na atuação magnífica e excepcionalmente detalhada de Torres para dirigir a história", destacou o ScreenDaily.
Crédito: reproduçãoAlém de "Central do Brasil", que foi indicado ao Oscar de 1999, Walter Salles dirigiu os elogiados "Terra Estrangeira" (1995), "Abril Despedaçado" (2001), com Rodrigo Santoro, "Diários de Motocicleta" (2004) e "Paris, Te Amo" (2006).
Crédito: reprodução/tv globoTema central de "Ainda Estou Aqui", Rubens Paiva foi um engenheiro civil, empresário e político brasileiro, conhecido principalmente por sua luta contra a ditadura militar no Brasil e por ser uma das vítimas mais emblemáticas do regime.
Crédito: secretaria de estado de cultura/spEle nasceu em 26 de dezembro de 1929, em Santos, São Paulo, e desapareceu em janeiro de 1971, após ser preso por agentes da repressão.
Crédito: Comissão da Verdade do Estado de São PauloRubens Paiva era deputado federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e se destacou como um dos opositores do golpe militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart.
Crédito: arquivo pessoalCom a implantação do regime militar, ele teve seu mandato cassado e se exilou no exterior por um período. Ao retornar ao Brasil, continuou a se posicionar contra o governo militar.
Crédito: arquivo pessoalEm janeiro de 1971, Paiva foi preso em sua casa no Rio de Janeiro por agentes do DOI-CODI, um órgão de repressão da ditadura.
Crédito: Divulgação/Equipe de arqueologia do Município de AlkmaarApós sua prisão, ele desapareceu, e as autoridades nunca admitiram oficialmente seu paradeiro ou destino. Anos depois, investigações apontaram que ele foi torturado e morto nas dependências militares.
Crédito: De an Sun UnsplashSeu corpo nunca foi encontrado, e seu caso permanece como um símbolo das atrocidades cometidas durante a ditadura militar no Brasil.
Crédito: Divulgação/Equipe de arqueologia do Município de Alkmaar