Guy Pearce: indicado ao Oscar por “O Brutalista”, ator australiano ‘foge’ da fama

Ator que desfruta de muito respeito em Hollywood por papéis de destaque e um discurso cuidadoso em relação aos holofotes, o versátil Guy Pearce, 57, ainda busca seu primeiro Oscar na carreira.

Pearce concorre à estatueta na categoria de “Melhor Ator Coadjuvante” por sua atuação em “O Brutalista”, que entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 20/02.

Os concorrentes de Pearce na cerimônia marcada para o dia 2 de março, no Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia, são: Kieran Culkin (“A Verdadeira Dor”), Edward Norton (“Um Completo Desconhecido”), Yura Borisov (“Anora”) e Jeremy Strong (“O Aprendiz”).

Em “O Brutalista”, Guy Pearce vive um poderoso industrial em trama que retrata a trajetória do arquiteto húngaro Laszló Toth (Adrien Brody), que migra para os Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial.

Nascido na Inglaterra em 1967, Guy Pearce migrou com a família com apenas três anos para a Austrália. Na juventude, ele deu seus primeiros passos no teatro.

Nos anos 1980, passou a fazer trabalhos em séries de televisão australianas, antes de partir para a carreira cinematográfica. Seus primeiros papéis foram como Mike Young em “Neighbours”, uma novela local.

Os três primeiros trabalhos de Guy Pearce foram em filmes do diretor australiano Frank Howson: “Heaven Tonight”, “Hunting” e “Flynn”. Neste último, interpretou o ator Errol Flynn, que fez fama em filmes de super-herói.

O diretor financiou uma campanha publicitária para a estreia de “Hunting” no Festival de Cannes em 1991, o que colocou Pearce sob holofotes internacionais.

No cinema, sua fama começou a se construir pela performance em “Priscilla, a Rainha do Deserto”, de 1994.

A partir daí, o ator foi protagonista em clássicos do cinema contemporâneo como “Amnésia” (2001), “Los Angeles - Cidade Proibida” (1997) e “O Conde de Monte Cristo” (2002).

No filme “Uma Garota Irresistível”, Pearce viveu Andy Warhol, artista visual que destacou-se no movimento Pop Art. Já em “Atos que Desafiam a Morte”, de 2007, o britânico-australiano contracenou com Catherine Zeta-Jones.

Na primeira década do século 21, Pearce não deixou de atuar em filmes australianos, apesar de seu prestígio em Hollywood. Ele também fez apresentações no teatro.

Em 2010, Pearce integrou o elenco de “O Discurso do Rei”, longa que conquistou quatro estatuetas do Oscar, incluindo Melhor Filme. A trama tem ainda Colin Firth, que venceu como Melhor Ator, Geoffrey Rush e Helena Bonham Carter.

Três anos depois, o ator fez parte do elenco da superprodução “Homem de Ferro 3”, com Robert Downey Jr. no papel principal do super-herói da Marvel Tony Stark.

Guy Pearce também tem uma trajetória na música. Em 1989, ele lançou “Call of the Wild”, canção que fez parte do filme “Heaven Tonight”. Ele fez gravações de voz e violão de covers de artistas britânicos e tem dois álbuns lançados: “Broken Bones”, em 2014, e “The Nomad”, em 2018.

Entre 1997 e 2015, o ator foi casado com a psicóloga Kate Meslitz, sua namorada de infância.

Pearce também teve um relacionamento com a atriz holandesa Carice van Houten (“Game of Thrones”), com quem teve um filho em 2016.

Uma característica marcante de Pearce é manter uma visão precavida em relação ao estrelato. Sua relação com Hollywood sempre teve doses de ceticismo. “Se as pessoas estão gritando e tentando arrancar minha camisa porque tenho olhos azuis, então isso é simplesmente ridículo”, declarou em uma entrevista recente ao “The New York Times”.

“Tenho uma irmã com deficiência intelectual que é provocada na rua porque ela parece diferente, então a ideia de querer atenção e ser famoso sem motivo é vazia e sem sentido quando há pessoas no mundo que são muito menos privilegiadas”, disse nessa mesma entrevista.

Em recente entrevista ao podcast Awards Chatter, do “The Hollywood Reporter”, Pearce afirmou que ter sido vitima de Kevin Space, ator acusado por vários homens de crimes. Suportei isso por cinco meses e, na verdade, fiquei com medo de Kevin, porque ele é um homem bastante agressivo. Ele é extremamente charmoso e brilhante no que faz; realmente impressionante. Ele tem uma presença avassaladora. Mas eu era jovem e vulnerável, e ele me escolheu como alvo, sem dúvida”, afirmou.