Filha de Ziraldo, produtora de ‘Ainda Estou Aqui’ relembra prisão do pai na ditadura

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A cineasta Daniela Thomas, filha do cartunista Ziraldo, relembrou as prisões do pai durante a ditadura militar no Brasil.

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Ziraldo foi preso três vezes, quando Daniela ainda era criança. Na primeira prisão, ele ficou um mês em uma solitária no Forte de Copacabana, ouvindo apenas o som do mar.

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A terceira prisão foi a mais aterrorizante, com homens armados levando Ziraldo sem que a família soubesse para onde. "[...] Demorou muito tempo até que soubéssemos onde estava. Muita angústia. Mas ele saiu e o Rubens [Paiva], não", contou.

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Quase um ano após a morte de Ziraldo, Daniela celebrou a vitória do filme "Ainda Estou Aqui no Oscar", do qual foi produtora associada.

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Ziraldo morreu em 6/4/24 no Rio de Janeiro, aos 91 anos. O escritor e cartunista já vinha sofrendo com problemas de saúde há algum tempo. Em 2013, ele teve um ataque cardíaco leve enquanto estava na Alemanha e precisou passar por um cateterismo.

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De 2018 a 2022, ele sofreu três derrames e ficou com a saúde bastante debilitada. Até por conta disso, o cartunista estava fora dos holofotes nos últimos anos e precisou ficar em casa, recebendo cuidados médicos.

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Chargista, caricaturista e jornalista brasileiro, Ziraldo nasceu em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932.

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Seu primeiro desenho foi publicado quando ele tinha apenas seis anos de idade, em 1939, no jornal “A Folha de Minas”.

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No entanto, a carreira artística de Ziraldo teve início mesmo no fim da década de 1940, quando ele começou a publicar frequentemente cartoons e charges em jornais e revistas.

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Seu humor ácido e perspicaz retratava a realidade social e política do Brasil, conquistando reconhecimento nacional e internacional.

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Em 1954, Ziraldo retornou para o "A Folha de Minas" e passou a publicar em uma página de humor. Três anos depois, ele se formou em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

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Nos anos 1960, Ziraldo realizou trabalhos para o "Jornal do Brasil" e "O Cruzeiro", publicando charges políticas e cartoons. Foi nessa época que ele criou os personagens Jeremias, o Bom, Supermãe e Mineirinho.

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Nesse período, Ziraldo conseguiu realizar um sonho de criança que era se tornar autor de histórias em quadrinhos. Foi dele a primeira revista brasileira do gênero feita por um único autor: a "Turma do Pererê".

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Ziraldo também se destacou na luta contra a Ditadura no Brasil. Ele foi um dos criadores do jornal "O Pasquim", que reunia personagens como o Graúna, os Fradins e o Ubaldo em charges irônicas e textos ácidos.

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"Ele é uma das pessoas que salvaram o Brasil da ditadura. Ele ficou no Brasil para lutar com a pena. Com papel, com ideias pequenas e pérolas. Uma pessoa como essa não vai embora", disse Fabrizia Pinto, filha de Ziraldo.

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Ao longo dos anos 1970, Ziraldo passou a se dedicar somente às histórias infantis. Seu primeiro livro infantil, "FLICTS", foi publicado em 1969.

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A primeira história com seu personagem mais famoso, o "Menino Maluquinho", foi publicada em 1980 e até hoje é considerado um dos maiores fenômenos editoriais do Brasil.

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Em 1997, o autor e sua maior obra foram homenageados pela Escola Unidos da Porto da Pedra no Carnaval carioca, com o enredo "No Reino da Folia, Cada Louco com a Sua Mania".

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Ziraldo também recebeu diversos prêmios pelas suas obras, como o Prêmio Jabuti, o Prêmio Hans Christian Andersen e o Prêmio Merghantaller.

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Seus livros foram traduzidos para mais de 10 idiomas e sua obra "O Menino Maluquinho" chegou a ser adaptada para o cinema, teatro e televisão.

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Na vida pessoal, Ziraldo foi casado com Vilma Gontijo Alves Pinto de 1958 até 2000, quando ela morreu de infarto, aos 66 anos. Em 2002, o cartunista casou-se com Márcia Martins da Silva, com quem viveu até seus últimos dias.

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