Carnaval 2025: entenda a mecânica e os materiais utilizados em carros alegóricos

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Com a proximidade do Carnaval 2025, curiosidades aguçam os foliões, que são apaixonados pelas escolas de samba. Dentre elas, estão os materiais mais utilizados nas alegorias e como é o processo de criação e confecção desses croquis.

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Em primeiro lugar, as agremiações realizam uma pesquisa aprofundada sobre o enredo que querem levar para o próximo desfile e divulgam aos compositores uma sinopse. Uma espécie de guia que ajuda na elaboração dos sambas e no organograma das alas e alegorias.

Crédito: Reprodução do X @Carnavalize

A partir dessa sinopse, os carnavalescos desenvolvem um roteiro, que mostrará o caminho que pretendem seguir no tema escolhido. Eles, então, fazem os desenhos dos croquis com a ajuda de suas equipes, que serão confeccionadas para o desfile.

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Dessa forma, a mecânica dos carros alegóricos também é projetada e trabalhada através de desenhos, muitas vezes em 3d. Um misto de estética e funcionalidade, que faz com que esses mecanismos sejam certeiros para a fluidez dessas alegorias.

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O foco é na avaliação de peso, largura, altura e estrutura, visando a segurança de cada desfilante. A engenharia é construída com chassis de veículos de grande porte, como caminhões e ônibus, podendo ter até três eixos de rodagem.

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No primeiro processo, voltado às ferragens, é trabalhada a suspensão, com molas amortecedores para absorver qualquer irregularidade no desfile e suportar o peso. Eles possuem amortecedores, embreagem e pneus, que devem estar em ótimos estados.

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Outro ponto é a questão da direção, que necessita ter um controle impecável para permitir que o motorista ajuste o rumo do chassi. Atualmente, os carros são motorizados, algo que era proibido nos anos 1990, com os famosos empurradores.

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Normalmente, ele é composto por uma coluna, caixa e barra de direção, que trabalham juntas para transmitir as informações do volante para as rodas.

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Esse sistema ainda inclui a frenagem, composta por discos, pastilhas e cilindros de freio, que trabalham juntos para garantir que o carro consiga parar tranquilamente em caso de emergência.

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Em seguida, há o processo em que a alegoria ganha formas. O início da decoração geralmente é feito de madeira ou material leve (marcenaria), como fibra de vidro, para ser moldada mais facilmente e receber tecidos e outros materiais que são o lado externo daquele chassi.

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No último andar dos barracões da cidade do samba, os escultores começam o trabalho de acordo com os croquis. Por lá, são talhadas esculturas que irão preencher as alegorias e impressionar tanto os jurados quanto o público presente no desfile.

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Além de criarem as estruturas dinâmicas, os ferreiros de Parintins, no Amazonas, trabalham nos desfiles do Rio de Janeiro. Eles vão dentro dos carros, escondidos, mexendo as peças que conferem movimento às alegorias e às esculturas.

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Historicamente, a decoração é feita com a utilização de materiais como papel, espuma, tecidos e lâmpadas, que são combinados para criar um visual único e impactante.

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É o processo de forração e pintura da madeira para dar as cores e estampas que a alegoria precisa. Um dos fatores mais importantes é a iluminação, que dá vida aos cenários e agora ganha um contraste com as luzes cênicas do próprio Sambódromo.

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Dentro do barracão, há diversos testes com a alegoria, que em alguns momentos fica do lado de fora para uma movimentação interna. Os componentes que virão em cima do carro fazem testes, para a agremiação ter noção de como ficará essa distribuição.

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Os testes tanto de peso quanto de iluminação são essenciais para que tudo aconteça com perfeição ao longo do desfile. Além da questão de direção, visto que a quebra de uma alegoria compromete o desfile quase que em sua totalidade.

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A última etapa de produção do carro é a instalação de luzes e efeitos especiais, como labaredas e canhões de papel picado. Assim, o controle de toda essa parafernália é feita por uma mesa de luz na parte traseira, que será ativada no momento em que foi planejado.

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Nas alegorias, a Liesa exige a presença de equipamentos que propiciem segurança adequada aos componentes (Destaques e/ou Figuras de Composição) que sobre elas desfilem, tais como cintos de segurança, guardas-varanda, guardas-mancebo e outros.

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As agremiações devem colocar dispositivos (ganchos ou similares) e nas alegorias com avancê na sua parte frontal para possibilitar a sua imediata retirada por carros-guincho ou qualquer outro tipo de viatura apropriada.

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Cada carro alegórico precisa ser submetido à "Anotação de Responsabilidade Técnica", a ART, que é um laudo técnico feito por empresas de engenharia e apresentar o Certificado do Corpo de Bombeiros.

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Entre os materiais mais utilizados, temos tecidos, lantejoulas, penas artificiais, esculturas, plumas, paetês, isopor, fibra de vidro e luzes.

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Além disso, aljofre, lurex, pena palito, eva, acetato, rafia, bambu, palhas, espelhos, são outros materiais dentro desse contexto, assim como em fantasias.

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Muitas dessas esculturas são aproveitadas por escolas de divisões menores ou de outros estados. Assim, as agremiações do Grupo Especial vendem ou doam esses materiais. A agremiação também busca reaproveitar o que estiver em bom estado para o desfile seguinte. 

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Com a motorização dos carros, o trabalho da ala da força (empurradores) ficou mais leve em alguns aspectos, mas continua muito necessário em tempos de alegorias maiores e que precisam ser retiradas em um tempo curto na área da dispersão.

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