‘Calculadora da morte’ criada por cientistas causa polêmica

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Pense em ter uma ferramenta tecnológica que diga o que pode acontecer na sua vida, inclusive quando ela pode terminar.

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Essa é a ideia da "calculadora da morte", um projeto criado por pesquisadores da Universidade Técnica da Dinamarca (DTU), que está chamando a atenção pelas questões éticas que levanta.

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Também chamada de "life2vec", a "calculadora da morte" analisa detalhes da vida das pessoas para prever o que pode acontecer no futuro, incluindo a morte.

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O algoritmo usa informações anônimas de milhões de pessoas na Dinamarca, coletadas pelo Instituto Nacional de Estatística do país.

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O sistema funciona de maneira semelhante ao ChatGPT e usa informações como data de nascimento, educação, benefícios sociais e histórico de trabalho.

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O estudo destaca que a vida é uma "sequência de eventos", e o algoritmo é capaz de prever com precisão o futuro com base em dados do passado e do presente.

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A taxa de acerto do programa foi de 78% nos casos estudados. No entanto, especialistas estão preocupados com o uso comercial dessas informações em setores como seguros e serviços bancários, além do receio de que pode haver discriminação.

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De acordo com Sune Lehmann, um dos cientistas envolvidos na pesquisa, o algoritmo poderia ser usado para prever muitos aspectos da vida humana, como saúde, fertilidade e sucesso financeiro.

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"Poderia prever resultados de saúde. Poderia prever a fertilidade ou a obesidade, ou talvez quem teria ou não câncer. Mas também poderia prever se você ganharia muito dinheiro", destacou Lehmann.

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Por outro lado, o pesquisador destaca que o projeto ainda está em fase inicial. Ainda é necessário fazer muitas análises sobre como o algoritmo afeta diferentes grupos de pessoas e quais podem ser os efeitos a longo prazo dessas previsões.

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A "calculadora da morte" está gerando um debate importante sobre a responsabilidade no desenvolvimento e uso de tecnologias de previsão.

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Por um lado, é possível que grandes empresas se interessem em algoritmos semelhantes por motivos comerciais.

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Em comparação com algoritmos desenvolvidos por gigantes como Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft, os cientistas falaram que "eles também podem construir modelos do mesmo tipo, mas não os tornam públicos nem falam sobre eles".

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Por outro, a própria equipe da DTU concorda que está buscando uma abordagem científica aberta ao público.

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Segundo os cientistas, a dificuldade é equilibrar os avanços tecnológicos com considerações éticas, garantindo que essas ferramentas beneficiem a sociedade sem comprometer a privacidade ou promover a discriminação.

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Ainda assim, no meio científico, a "calculadora da morte" está sendo considerada um avanço importante na ciência de dados e inteligência artificial.

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Isso porque, com base nos estudos iniciais, ela consegue mostrar tanto o potencial quanto os limites da tecnologia em entender a vida humana.

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Embora a ferramenta traga oportunidades para avanços importantes em várias áreas, as inovações ainda devem ser vistas com cautela, por conta das possíveis implicações éticas.

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"Com uma amostra de pessoas entre 35 e 65 anos, procuramos prever com base em um período de oito anos, de 2008 a 2016, se a pessoa vai morrer nos próximos quatro anos, até 2020. O modelo faz isso muito bem, melhor do que qualquer outro algoritmo", afirmou Sune Lehmann.

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