Conecte-se conosco

Virou Viral

Escolha do ‘eleitor evangélico’ definirá resultado na disputa eleitoral do Rio? Cientista política responde

Eleições municipais acontecem em outubro

Publicado

em

O "eleitorado evangélico" será o diferencial na disputa eleitoral esse ano? Foto: Reprodução/Pexels e Agência Brasil

O “eleitorado evangélico”, tão disputado por políticos que concorrem a cargos no executivo e legislativo, podem ser considerados como “massa de manobra” em função do que orienta seus líderes religiosos? Para tentar elucidar questões como essa que envolvem as disputas municipais, sobretudo na capital fluminense, o Jornal da Tupi conversou nesta terça-feira (2) com a cientista política Mayra Goulart, coordenadora do Laboratório de Partidos, Eleições e Política Comparada (LAPPCOM).

Faltando três meses para o pleito e, com a desistência da candidatura do deputado federal Otoni de Paula, que declarou apoio ao atual prefeito Eduardo Paes, uma parcela importante do eleitorado carioca que se declara evangélica, que teria o emedebista como preferido no pleito, pode agora escolher entre a indicação ou migrar para outros candidatos.

Mayra falou sobre as principais diferenças do cenário eleitoral nos âmbitos locais e nacionais, destacando as diferentes articulações possíveis. Ela também nos deu uma breve explicação a respeito do eleitorado evangélico, esclarecendo uma questão levantada pelo repórter Maurício Bastos, sobre esse eleitorado ser o diferencial na disputa para a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro deste ano.

Confira trechos da entrevista:

“Tradicionalmente, no âmbito local, as lideranças (políticas) tem um grau de liberdade para fazer articulações que não obedecem necessariamente a articulações nacionais, ou seja, quem está apoiando um partido no âmbito nacional não necessariamente apoia esse mesmo partido no âmbito local”, iniciou Mayra.

“As questões locais tem precedências. Isso tem muita a ver com a forma que a gente encara os evangélicos enquanto um grupo diverso, múltiplo, com lideranças, sobretudo quando pensamos na liderança da igreja, não esses grandes influencers como Silas Malafaia que são mais do que pastores (…) mas sim aquele pastor ali do dia a dia que não é tão ideológico em termos políticos (…) A relação desse pastor é mediada por temas do dia a dia, temas concretos de uma vivência naquela localidade”, explicou Mayra.

“Entendendo que esse público evangélico é diverso, e que tem múltiplas identidades, ou seja, a pessoa é evangélica mas também é pobre, é negra, é favelada, é mulher, e tudo isso condiciona essa identidade desse eleitor. A gente tem que separar bem quando falamos de políticos evangélicos e aqueles que praticam essa religião no seu dia a dia (…) o Eduardo Paes, como grande articulador que é, está trazendo para sua frente de apoio algumas dessas lideranças evangélicas”, afirmou Mayra.

O apresentador Sidney Rezende levantou uma questão a respeito das pessoas que não seguem a religião evangélica, que tendem a enxergar os fiéis como massa de manobra, que apenas seguem o que o pastor sinaliza para as eleições.

Mayra afirmou que o LAPPCOM não vê o eleitorado evangélico como massa de manobra: “É uma relação como é uma relação de qualquer fiel com seu líder, que faz parte de um coletivo que tem uma liderança. Essas lideranças evangélicas não falam só de temas religiosos, elas são lideranças sociais (…) o líder evangélico desponta como uma liderança social, daquele que é um espaço de sociabilidade. Essa ideia da igreja evangélica como um espaço condicionado com adesão, uma submissão religiosa, moral e absoluta, ela é preconceituosa”, finalizou a cientista.

O Jornal da Tupi acontece de segunda a sexta, das 18:00 às 19:30 aqui na Super Rádio Tupi.

Continue lendo
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *