Defensoria do RJ suspende bolsas para candidatos de baixa renda

O novo defensor público-geral do Rio de Janeiro, Paulo Vinícius Cozzolino, suspendeu o programa de bolsas voltado para candidatos de baixa renda, negros, indígenas e pessoas com deficiência. A iniciativa, criada em 2021, auxiliava financeiramente os beneficiados na preparação para concursos públicos, cobrindo custos como transporte, hospedagem, materiais de estudo e taxas de inscrição.

Em entrevista à Super Rádio Tupi, o defensor público Paulo Américo, ex-bolsista do programa, criticou a suspensão e destacou o impacto da medida na inclusão social em carreiras jurídicas. “Esses recursos garantiam que jovens periféricos tivessem condições de estudar sem comprometer sua subsistência”, afirmou. Segundo ele, a decisão prejudica a diversidade nesses cargos, historicamente ocupados por pessoas da elite.

Paulo Américo defendeu que o financiamento poderia ser incorporado ao orçamento público, como ocorre em instituições como a Advocacia-Geral da União e o Instituto Rio Branco. “Os valores são pequenos dentro do orçamento da Defensoria, e uma alteração na lei orçamentária resolveria o problema”, argumentou.

Com a interrupção das bolsas, candidatos já selecionados para 2025 podem enfrentar dificuldades para seguir com a preparação.

Em nota encaminhada à Tupi, a Defensoria Pública do RJ alegou que a suspensão ocorreu devido à perda de patrocínio externo e à falta de previsão orçamentária, mas garantiu que o programa não foi extinto e que há esforços para sua continuidade. O futuro do programa segue indefinido, e a Super Rádio Tupi aguarda um posicionamento do defensor público Paulo Vinícius Cozzolino sobre o caso.