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Sobrecarga digital: O trabalho invisível que as mulheres realizam

Trabalho doméstico digital: Uma carga invisível para as mulheres

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Sobrecarga Digital: O Trabalho Invisível que as Mulheres Realizam
Créditos: depositphotos.com / IgorVetushko

Quando pensamos em tecnologia, frequentemente imaginamos ferramentas que facilitam nossas vidas. No entanto, um estudo recente mostrou que, no contexto doméstico, a tecnologia tem aumentado a carga mental das mulheres, especialmente aquelas que trabalham de casa. Este fenômeno traz à tona questões importantes sobre a divisão de responsabilidades no lar e como o uso da tecnologia está influenciando essa dinâmica.

Receber mensagens frequentemente no celular avisando sobre eventos escolares, estimuladas a preparar rapidamente uma roupa para os filhos. Este é apenas um exemplo de como a tecnologia intensifica a carga mental das mulheres. Mesmo com a participação crescente dos homens na criação dos filhos, as mulheres ainda são vistas como as principais organizadoras do lar.

Carga Mental: O Impacto da Tecnologia

A pesquisa revelou que as mulheres em relações heterossexuais tendem a fazer mais do trabalho invisível de antecipar, planejar e organizar as tarefas que mantêm a vida familiar funcionando. Esse trabalho, chamado de carga mental, é ampliado pela tecnologia, causando sobrecarga digital e, em alguns casos, burnout.

O que a pesquisa descobriu sobre a carga digital feminina?

Um estudo realizado por Yang Hu, da Universidade de Lancaster, e Yue Qian, da Universidade da Colúmbia Britânica, analisou dados de mais de 6.600 pais de 29 países. Eles descobriram que o uso da tecnologia tanto no trabalho quanto em casa expõe as mulheres a uma dupla carga digital. Mulheres que trabalhavam de casa enfrentavam ainda mais essa sobrecarga.

Como podemos dividir melhor a carga tecnológica no lar?

Para melhorar a divisão da carga tecnológica, é fundamental reconhecer a importância de compartilhar todas as facetas da comunicação digital familiar. Existem várias estratégias que casais podem adotar para dividir melhor essa responsabilidade:

  • Utilizar um calendário compartilhado para que ambos os parceiros estejam cientes da agenda semanal da família.
  • Dividir as responsabilidades de organização extraclasse dos filhos, alternando quem pesquisa, faz reservas e transporta.
  • Envolver mais os pais em grupos de chat locais e na organização de eventos infantis.
  • Incluir explicitamente os homens na comunicação escolar e outras tarefas administrativas digitais.

Como compartilhar a carga mental pode beneficiar as mulheres?

Heejung Chung, socióloga da King’s College London, salienta que dividir a carga tecnológica pode ajudar a reduzir a desigualdade de gênero. Quanto mais os pais participarem ativamente no cuidado dos filhos e na organização doméstica, mais equitativa será a distribuição da carga mental.

Para corrigir a sobrecarga mental das mulheres, não basta compartilhar apenas os aspectos visíveis do cuidado. É crucial dividir também todas as etapas da comunicação digital, desde a pesquisa e marcação de atividades extracurriculares até a participação ativa em grupos comunitários.

Conclusões sobre a carga digital feminina

A tecnologia, ao mesmo tempo que é uma ferramenta poderosa, tem exacerbado a carga mental das mulheres em muitas famílias. A chave para uma distribuição mais equilibrada das responsabilidades digitais é a comunicação aberta e uma divisão mais justa das tarefas desde o início.

Como Joan Acker destacou, para desafiar a desigualdade é necessário tornar visível o invisível. Portanto, reconhecer e compartilhar a carga tecnológica é um passo fundamental para a equidade no lar. Cada pequeno esforço para dividir essas responsabilidades, tanto digital como fisicamente, pode fazer uma grande diferença na luta contra a sobrecarga digital feminina.

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