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Carros voadores vão revolucionar o transporte aéreo urbano

Os carros voadores são uma inovação que pode revolucionar a mobilidade urbana

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Os carros voadores são uma inovação que pode revolucionar a mobilidade urbana
Foto: Evtols/Divulgação

Executivos da futura modalidade se preparam para concorrer com o transporte feito por helicópteros, com a promessa de reduzir emissões de poluentes com segurança e a um custo reduzido. Especialistas acompanham alguns aspectos que devem influenciar o desenvolvimento desse novo mercado, como a forma que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) irá regular o segmento, particularmente quanto à construção de locais de pouso e decolagem, conhecidos como vertiportos, e a possibilidade de o consumidor demorar a adotar esse novo tipo de veículo.

Em nota, a Anac destaca a importância de requisitos fundamentais de segurança, projeto, tecnologia e acessibilidade para usuários e aeronaves. A necessidade de integração à estrutura das cidades e à mobilidade urbana, conectando os eVTOLs a outros modais de transporte, serviços e equipamentos públicos, também é ressaltada. “Essa necessidade direcionou a Agência à implantação do ‘sandbox’ regulatório atualmente em curso”, afirma o órgão.

Carros Voadores: Uma Nova Era de Mobilidade Urbana

Esse processo não tem afastado os interessados. Do total de 830 pedidos registrados no Brasil, 57% foram feitos por Gol e Azul. E há também startups criadas especialmente para explorar esse potencial mercado. Entre elas está a VertiMob Infrastructure, que prevê um grande interesse do público de alta renda, que já utiliza táxis-aéreos.

Segundo dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), São Paulo tem a maior frota de helicópteros do mundo, com 420 equipamentos em operação. Essa liderança é seguida por Nova York e Tóquio. O Brasil conta com aproximadamente 2 mil aeronaves desse tipo.

Quais Serão os Custos e Benefícios dos eVTOLs?

Com base em previsões de consultorias internacionais, a VertiMob projeta uma redução gradual nos custos das viagens com os carros voadores, o que pode aumentar a demanda entre pessoas com maior poder aquisitivo dentro da classe média alta. O CEO da VertiMob, Bruno Limoeiro, exemplifica que um voo do centro financeiro de São Paulo até o aeroporto de Guarulhos, em um helicóptero, custa R$ 2,5 mil por assento para um executivo. No eVTOL, esse custo pode variar entre R$ 500 e R$ 1 mil por assento.

Limoeiro destaca que, mesmo com um preço inicial de R$ 1 mil por viagem, a redução de 60% já seria significativa. Ele admite, no entanto, que os carros voadores provavelmente não farão parte do cotidiano da maioria das pessoas. O público central deve recorrer ao serviço em situações excepcionais, como emergências ou turismo.

Como Será a Regulamentação dos Carros Voadores?

O diretor do Centro de Estudos FGV Transportes, Marcus Quintella, acredita que a futura modalidade deverá passar por rigorosos testes de demanda, que podem apresentar resultados diferentes dos esperados pela empresa, dependendo de como o serviço será regulado e aceito pelo público. Há uma preocupação inicial com a segurança, semelhante ao que ocorre com os helicópteros.

Quintella também chama atenção para a importância da capilaridade dos vertiportos. Para que os eVTOLs sejam competitivos, os pontos de decolagem devem estar distribuídos por toda a cidade, facilitando o acesso e reduzindo o tempo de deslocamento até os locais de embarque.

A VertiMob, criada no primeiro semestre, pretende instalar e operar o primeiro vertiporto da América Latina, em parceria com o Aeroporto de São José dos Campos. O projeto técnico será analisado pela Anac, que busca interessados em implantar vertiportos dentro do modelo de sandbox regulatório. Esse modelo permite o desenvolvimento de novas tecnologias em um ambiente de avaliação pela autoridade reguladora.

O Futuro Promissor dos eVTOLs

Procurada, a Gol revelou que se uniu à empresa de leasing irlandesa Avolon e ao fabricante de eVTOLs britânico Vertical Aerospace para estudar o ecossistema que viabilizará esse novo modal. O protótipo do VX4, da Vertical, está em fase de voos de testes na jornada de certificação, com os mais altos critérios de segurança.

Já a Azul, em parceria com a alemã Lilium, está envolvida em pesquisas de eVTOLs para cumprir a meta de neutralidade de carbono até 2045. A empresa aguarda a definição da parte regulatória e trabalha em planejamento, suporte e estudos de infraestrutura para sua operação.

Assim, os eVTOLs prometem não apenas revolucionar o transporte aéreo urbano, mas também gerar benefícios sociais, econômicos e ambientais, contribuindo para uma mobilidade urbana mais integrada e sustentável.

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