Rio
‘Violência contra a mulher nasce da profunda desigualdade entre homens e mulheres’, diz delegada
Em entrevista para Super Rádio Tupi, delegada Sandra Ornellas contou que não há perfil para descrever um agressorA delegada Sandra Ornellas, responsável pela operação que colocou na cadeia 130 homens agressores de mulheres, nesta terça-feira (10), conversou com a reportagem da Super Rádio Tupi e disse que não há perfil para descrever um agressor.
De acordo com ela, esse tipo de cidadão está em qualquer lugar. “Qualquer homem, seja militar, desempregado, engenheiro, rico ou pobre. É uma violência estrutural. Nasce da desigualdade profunda entre homens e mulheres. Os homens acham que são proprietários das mulheres, do corpo, da vida e acreditam que podem se desfazer dele a qualquer momento”, contou a agente.
Pesquisas recentes mostraram que oito mulheres por mês são vítimas de feminicídio no Brasil. No Rio, somente este ano, dezenas de casos chocantes já vieram à tona. As histórias são quase sempre parecidas: o homem não aceitava o fim do relacionamento, não queria que a parceira ficasse com mais ninguém e via que o único jeito disso se concretizar era acabar com a vida dela.
Ornelas ressaltou também que a mulher só procura a delegacia quando há violência física. Mas para ela, outros fatores que acabam passando despercebidos podem levar ao feminicídio. “A violência patrimonial, a violência moral, o xingamento, esses são fatores que podem levar a um feminicídio. Nós temos que evitar que chegue a esse extremo”, disse a delegada.