Rio
Raia ameaçada de extinção é apreendida durante fiscalização em Niterói
Ação ocorreu na Resex Itaipu e recolheu 400 kg de pescados; parte foi doada a comunidades locais
Durante uma operação para coibir a pesca predatória na Reserva Extrativista Marinha de Itaipu (Resex Itaipu), em Niterói, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) apreendeu uma raia viola brasileira (Pseudobatos horkelii), espécie ameaçada de extinção. A ação, realizada na última terça-feira (15), contou com o apoio da Polícia Federal e resultou na apreensão de 400 kg de pescados.
A operação foi desencadeada após monitoramento terrestre identificar duas embarcações praticando pesca ilegal na Praia de Itacoatiara, área protegida pela Resolução Inea nº 186/2019. Os barcos utilizavam redes de 400 metros para cercar grandes áreas do mar, capturando indiscriminadamente diversas espécies, inclusive aquelas com risco de extinção, como a raia viola.
Embarcação interceptada
Agentes ambientais, com apoio da PF, interceptaram uma das embarcações, enquanto a outra conseguiu fugir. A Polícia Federal levou o proprietário do barco detido à Delegacia de Niterói, onde ele prestou depoimento e saiu após pagar fiança. As autoridades o autuaram por pesca predatória, conforme a Lei Estadual nº 3.467/2000, e ele poderá pagar multa de até R$ 100 mil, além de R$ 10 por quilo de pescado apreendido. As autoridades também confiscaram a embarcação.
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Os pescados apreendidos foram inspecionados por um médico veterinário e, por estarem em boas condições, foram doados: metade para a comunidade do Preventório e a outra parte para moradores do Rato Molhado, beneficiando cerca de 100 pessoas.
Fiscalizações intensificadas
O secretário estadual do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, afirma que as fiscalizações serão intensificadas durante os feriados da Semana Santa, Tiradentes e São Jorge. “O trabalho de fiscalização ambiental é contínuo e o apoio de nossos parceiros é essencial para coibir crimes ambientais”, destacou.
A raia viola brasileira é considerada uma das espécies marinhas mais ameaçadas do Atlântico Sul. Com redução populacional superior a 80% nas últimas décadas, sua captura e comercialização são proibidas no Brasil desde 2004.
