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Putin admite situação ‘extremamente difícil’ nas áreas anexadas da Ucrânia
"Sim, é difícil para vocês agora", disse o presidente aos representantes das agências de segurança que operam na UcrâniaO presidente da Rússia, Vladimir Putin, pela primeira vez reconheceu publicamente que as forças de seu país enfrentam dificuldades para controlar quatro áreas da Ucrânia sobre as quais Moscou declarou deter soberania unilateralmente.
“Sim, é difícil para vocês agora”, disse Putin a representantes das agências de segurança russas que operam na Ucrânia na noite desta segunda-feira, quando se celebra o Dia dos Trabalhadores dos Serviços de Segurança na Rússia. “A situação nas Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk e nas regiões de Kherson e Zaporíjia é extremamente difícil”, completou.
O chefe de Estado se dirigiu em particular aos agentes de segurança que vivem nas “novas regiões da Rússia”. “As pessoas que moram nessas regiões, os cidadãos da Rússia, dependem de vocês, da sua proteção”, declarou.
Putin também disse que precisa da “máxima compostura e concentração das forças” nas operações de contrainteligência da Rússia. “É necessário suprimir rigorosamente as ações dos serviços de inteligência estrangeiros, identificar rapidamente os traidores, espiões e sabotadores”, acrescentou.
Em setembro, Putin anunciou a anexação de quatro territórios ocupados do Sul e Leste da Ucrânia, depois que as autoridades designadas por Moscou organizaram plebiscitos de fachada e sem legitimidade de acordo com o direito internacional.
As tropas russas não controlam de maneira completa nenhuma dessas regiões e, no mês passado, foram expulsas da capital regional de Kherson, ocupada desde o início da guerra, depois de uma contraofensiva ucraniana.
Também em outubro, após vários reveses na frente de batalha, Moscou mudou de estratégia e passou a concentrar os esforços em uma campanha de bombardeios aéreos contra instalações militares e do setor de energia da Ucrânia.
As declarações de Putin acontecem no dia seguinte a uma rara visita a Minsk, a capital da Bielorrússia, que instigou temores em Kiev da preparação de planos para uma ofensiva terrestre conjunta.