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Rio

Projeto UÇÁ inicia nova edição da Operação LimpaOca na Baía de Guanabara

Iniciativa pioneira garante renda a catadores e Baia mais limpa durante defeso do caranguejo-uçá

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Foto destaque: Divulgação

Até 31 de dezembro de 2023, a captura, a manutenção em cativeiro, o transporte, o beneficiamento, a industrialização, o armazenamento e a comercialização do caranguejo-uçá estão proibidos no estado do Rio de Janeiro. No Rio, a Operação LimpaOca, iniciativa do Projeto UÇÁ — desenvolvido pela ONG Guardiões do Mar, com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental —, garantirá renda a catadores e pescadores artesanais durante esse período de defeso do crustáceo. Os trabalhadores ajudarão a retirar resíduos sólidos dos manguezais da Baía de Guanabara e, em troca, receberão um auxílio mensal.

Essa é a oitava edição da força-tarefa, que já retirou 51 toneladas de lixo de 47 hectares do recôncavo da Guanabara. Reeditada em 2014, a Operação é uma ação inédita criada em 2001 pela ONG Guardiões do Mar. Os profissionais engajados na atividade recebem uma bolsa-auxílio mensal, por três meses, para coletar os resíduos durante duas manhãs semanais.

Nesta Operação, que teve início em 19/10 e se estenderá até 18/01/24, estão envolvidos 30 catadores e pescadores, associados à Associação de Pescadores de Itambi (Acapesca). Os resíduos serão coletados na APA de Guapi-Mirim, em uma área de aproximadamente 12 hectares. A expectativa é que sejam retiradas sete toneladas de resíduos sólidos da região.

De acordo com o presidente da ONG Guardiões do Mar, Pedro Belga, além da renda, há outra vantagem para esses trabalhadores. Após o período de defeso, eles poderão voltar a trabalhar com mais segurança nos manguezais, devido à retirada de materiais como ferro, seringas, vidros e diversos materiais cortantes, que podem ocasionar graves acidentes.

“Muito além de catar lixo, são disseminados conhecimentos e promovemos boas práticas para esta parcela da sociedade que entende, na prática, que o manguezal, além da importância ambiental, é sua principal fonte de renda”, destaca Belga.

Após a Operação, os catadores poderão contar com mais caranguejos durante a captura, por terem respeitado o período de reprodução do crustáceo e ainda pela diminuição das mortes desses animais, que ocorre, muitas vezes, devido ao entupimento de suas tocas pelo lixo.

“A retirada dos resíduos aumenta ainda o espaço livre para que mudas de mangue se estabeleçam e não tenham que competir por espaço com os resíduos sólidos, proporcionando o crescimento de novas árvores, cujas folhas são o principal alimento do caranguejo-uçá, que, por sua vez, terá espaço para construção de suas tocas“, explica a coordenadora geral do Projeto UÇÁ, Janaina Oliveira.

A Operação LimpaOca foi considerada referência nacional pela Plataforma EduCares do Ministério do Meio Ambiente, em 2014.