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Economia

Por unanimidade, Copom mantém a taxa Selic em 10,50% ao ano

As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,0% e 3,8%, respectivamente.

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Dinheiro, Real Moeda brasileira
Foto Destaque: Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reuniu nesta quarta-feira (19) e interrompeu o ciclo de corte da Selic, taxa básica de juros, que vem desde agosto do ano passado, segundo a projeção de analistas do mercado financeiro.

Por unanimidade, foi confirmada a manutenção da taxa Selic. Ela permanecerá em 10,50% ao ano, o menor nível desde fevereiro de 2022, em pouco mais de dois anos. No atual patamar, a taxa brasileira é alta na comparação internacional.

A decisão do Copom, formado pela diretoria e pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto, foi tomada num contexto em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu o tom das críticas ao tamanho da taxa de juros nos últimos dias.

Em função da incerteza elevada e persistente sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e quanto à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países, o Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.

Na máxima do dia, a cotação do dólar comercial chegou a R$5,48 e fechou em R$5,44, avançando 0,15%. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta de 0,53%.

O real está entre as cinco moedas que mais perderam valor frente ao dólar em 2024. É o que mostra um levantamento feito pela agência classificadora de risco Austin Rating, com base em dados do Banco Central do Brasil (BC).

A moeda brasileira ultrapassou a Argentina e o Japão em poucos dias e saltou da 7ª para a 5ª colocação entre as que mais se desvalorizaram em um ranking de 118 países. A queda acumulada do real no ano chegou a 11,4% nesta quarta-feira (19).

As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência situam-se em 4,0% em 2024 e 3,4% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 4,4% em 2024 e 4,0% em 2025. Em cenário alternativo, no qual a taxa Selic é mantida constante ao longo do horizonte relevante, as projeções de inflação situam-se em 4,0% para 2024 e 3,1% para 2025.

O Comitê monitora com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária. 

Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 10,50% a.a. e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

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