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Saúde

População masculina resiste em buscar cuidados médicos, mesmo com medo do câncer de próstata

Início da campanha Novembro Azul sinaliza negligência dos homens com a própria saúde

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Foto Destaque: Divulgação

O câncer está entre as doenças mais temida pelos homens no Brasil. Segundo dados de uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 58% dos entrevistados apontaram a doença como a que possuem maior receio, seguida da impotência sexual.

Os cânceres de pele, próstata e testículo estão entre os mais comuns entre a população masculina. Apesar da preocupação, o grupo continua predominantemente negligente quanto os cuidados com a própria saúde, com altos casos de sedentarismo, pressão alta e obesidade entre os brasileiros.

A chegada do mês de Novembro Azul trouxe à tona a importância do cuidado com a saúde masculina. De acordo com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), do Ministério da Saúde, de janeiro a julho de 2023 houve 21.803 internações devido ao câncer de próstata e o total de óbitos no ano de 2022 chegou a 16.292, uma média de 44 mortes pela doença por dia. O cenário de calamidade é assinalado por uma população que ainda resiste em buscar cuidados médicos, mesmo com o aumento de sintomas.

Um levantamento do Cetro de Referência da Saúde do Homem apontou que 60% dos homens só vão ao médico em estágios já avançados de alguma doença. A realização de consultas de check-up e exames periódicos mostrou ser uma preocupação apenas entre os homens mais velhos, com taxa de 78% entre a população acima de 60 anos, segundo dados da SBU.

“Por questões como medo, preconceito e negligência com a própria saúde, o homem muitas vezes se considera invencível e autossuficiente para ignorar doenças. A realização de exames periódicos é extremamente importante para o diagnóstico precoce e, consequentemente, diminuir a chance de metástases nos casos de câncer. O hábito aumenta a chance de cura, diminui chance de sequelas e, além disso, diminui gastos com a saúde pública”, conta Paulo Apratto, médico e professor da Unigranrio.

A maioria das doenças que atinge a saúde dos homens está associada a hábitos de vida pouco saudáveis, como excesso de ingestão de gordura, álcool e cigarro. O sedentarismo, que atinge 40,4% da população masculina, contribui para problemas de saúde como hipertensão, obesidade e diabetes. As enfermidades são problemas-chave para o aumento da gravidade das principais doenças que já acometem os brasileiros.

“Com a mudança de estilo de vida, diminuímos significativamente os fatores de risco, a chance de desenvolver doenças e de morbimortalidade. O rastreio cardiovascular, o controle da glicemia, exames de urina e fezes com frequências devem se tornar mais frequentes a partir da chegada dos 40 anos de idade, entre a população masculina, aliado a manutenção de hábitos saudáveis”, destaca Paulo.

Enquanto 75% dos homens afirmaram conhecer o câncer de próstata, 85% disseram não conhecer os sintomas da doença. O percentual de desconhecimento é maior entre os que utilizam apenas o SUS (62%). Os dados da Sociedade Brasileira de Urologia afirmam ainda que a maioria (44%) acredita que ardência/dificuldade para urinar seja um sintoma do tumor, o que não é verdade.

“Dentre os principais sintomas associados ao câncer de próstata estão a nocturia (vontade frequente de urinar durante o sono), redução gradual do jato urinário, presença de sangue na urina, micção frequente, disfunção erétil e parestesia de membros inferiores. A campanha do Novembro Azul é importante para que os conhecimentos sobre a doença sejam popularizados para a formação de uma população masculina mais atenta aos sinais de alerta do corpo”, finaliza o médico da Unigranrio.