Rio
Polícia prende estrangeiro que transformava cidadãos sírios em brasileiros
Cerca de 72 sírios que conseguiram a documentação brasileira estão respondendo de por falsidade ideológicaPoliciais Civis da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-POLINTER), prenderam, nesta segunda-feira (29), Ali Kamel Issmael. O sírio é acusado de ser o articulador de uma quadrilha que fraudava documentos e transformava sírios em cidadãos brasileiros.
O funcionário do cartório de registros da Zona Oeste do Rio, Jorge Luiz da Silva Mota e o ex-funcionário David dos Santos Guido colaboravam com o criminoso na falsificação dos documentos. Cerca de 72 sírios que conseguiram a documentação brasileira estão respondendo de por falsidade ideológica. Mas como alguns dos envolvidos já estariam fora do país, o pedido de prisão preventiva foi encaminhado à Interpol, para que emita um alerta vermelho.
A quadrilha fornecia certidão de nascimento, identidade, título de eleitor e passaporte brasileiros aos refugiados sírios. Sem nenhuma dificuldade, os sírios estiveram no Detran do Rio, onde foram feitas as carteiras de identidade. Ao todo, 51 dos 72 sírios saíram de lá com o documento. Nenhum sistema conseguiu detectar a fraude e podiam votar e até ser eleitos, porque 52 deles tiraram o título de eleitor também.
A investigação mostrou que a fraude acontecia nos livros de registros de nascimento, nas certidões de nascimento. Uma perícia revelou que foi um trabalho grosseiro. Os livros tinham folhas soltas, rasuradas, adulteradas e até coladas. As fraudes aconteceram entre 2012 e 2014.
Jorge Luiz da Silva, o funcionário do cartório, arrancava as folhas dos livros e levava para David dos Santos Guido. As suspeitas só começaram a aparecer quando um funcionário do Detran desconfiou das certidões de nascimento que tinham informações muito parecidas. Ele avisou à delegacia que investiga fraudes e os policiais descobriram que os sírios não queriam se passar por brasileiros apenas no Brasil. Pelo menos 20 deles tiraram o passaporte brasileiro. O que ninguém sabe até agora é onde esses sírios estão hoje. Os investigadores descobriram nas redes sociais que muitos viajam pelo mundo todo: Paris, Nova Iorque e Londres são alguns desses lugares. Outros não se intimidam ao compartilhar textos que defendem atos terroristas ou mostrar simpatia por Hitler e o nazismo.