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Rio

PM é condenado a 52 anos pela participação no assassinato de cinco jovens em Costa Barros

Caso aconteceu em 2015. Jovens comemoravam o 1º salário de uma das vítimas

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Foi condenado a 52 anos e seis meses de reclusão o policial militar Thiago Rezende Viana Barbosa, um dos envolvidos no assassinato de cinco jovens, em Costa Barros, Zona Norte do Rio, em novembro de 2015. O PM também foi condenado à perda do cargo público. A decisão é do juiz Daniel Cotta, do Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri da Capital.

De acordo com a denúncia, Thiago é o policial que aparece em uma gravação tampando a câmera de segurança de uma oficina mecânica que filmava os movimentos dos PMs momentos antes do crime. No julgamento, foram ouvidas cinco testemunhas, entre elas Lourival Fernandes, um dos dois jovens sobreviventes, que prestou depoimento na condição de vítima. Lourival, que é surdo-mudo, deu seu testemunho através de um intérprete de libras. Ele contou que estava de moto com o amigo Wilkerson de Oliveira acompanhando o carro onde estavam os cinco rapazes. Ele afirmou ter visto o carro ser alvejado pelos policiais. Por pouco Lourival e Wilkerson não foram atingidos.

A segunda a depor foi Paloma de Oliveira, irmã de Wilkerson e de um dos mortos, Wilton. Ela contou que ela e sua mãe foram ao local do crime assim que souberam do ocorrido, mas foram impedidas pelos policiais de chegar perto do carro onde estavam os corpos. Paloma disse, ainda, que sua mãe viu quando uma arma de brinquedo foi colocada perto de uma das rodas dianteiras do veículo por um dos policiais.

Jorge Lima da penha, pai da vítima Roberto de Souza Penha, foi o terceiro a depor. Ele disse ter chegado logo após os disparos, e chegou a ver tanto a arma de brinquedo já mencionada por Paloma, como uma luva com sangue jogada na parte traseira do veículo.

O quarto depoimento foi do major da PM Daniel de Moura, que contou que, na época dos fatos, era o comandante da companhia e que a versão que chegou até ele – e que continua sendo sustentada pela defesa – foi a de que o motorista de um caminhão de cervejas estava sendo feito refém e que, ao chegarem ao local, os policiais teriam sido recebidos a tiros pelos ocupantes do carro, tendo, então, revidado.

O último a depor foi o perito Cristiano Magalhães, contratado pela defesa de Thiago. Ele afirmou ter concluído que os disparos que atingiram o carro e mataram os cinco rapazes partiram de cima de um viaduto que fica perto do local e não das armas dos policiais.
Thiago foi o último dos quatro policiais envolvidos no crime a ser julgado.

Antonio Carlos Filho e Marcio Alves dos Santos foram condenados a 52 anos e seis meses de reclusão. Além da pena pelos cinco homicídios duplamente qualificados, Antonio também foi condenado a oito meses e cinco dias de detenção por fraude processual. Foi determinada, ainda, a perda do cargo público de ambos. O PM Fábio Pizza foi absolvido de todos os crimes. Os cinco mortos são Wilton Esteves Domingos Júnior, Roberto de Souza Penha, Carlos Eduardo da Silva de Sousa, Wesley Castro Rodrigues e Cleiton Correa de Souza. O Fiat Pálio em que eles estavam foi atingido por mais de 100 tiros.

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