Rio
PM acusado pela morte da menina Ágatha Félix é julgado por júri popular
Rodrigo José de Matos Soares é apontado como autor do disparo que matou a vítima na comunidade da Fazendinha, em 2019Mais de cinco anos após a trágica morte de Ágatha Vitória Sales Félix, o policial militar Rodrigo José de Matos Soares enfrenta o julgamento pelo 1º Tribunal do Júri nesta sexta-feira (8), no Centro do Rio de Janeiro.
A menina, que na época tinha apenas 8 anos, foi atingida por um tiro de fuzil nas costas enquanto estava dentro de uma kombi com a mãe, na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão, em setembro de 2019. Segundo a acusação, o PM teria atirado de forma injustificada durante uma ação policial.
Julgamento marcado por atrasos e sorteio de jurados
A audiência, inicialmente programada para começar às 11h, teve um atraso significativo, sendo aberta apenas às 12h15 pelo juiz Cariel Bezerra Patriota. O julgamento começou com o sorteio de 7 jurados, escolhidos entre 21 convocados, para compor o Conselho de Sentença que decidirá o destino do policial. A composição final é de 5 homens e 2 mulheres, que permanecerão incomunicáveis dentro da sala do júri até que um veredito seja alcançado.
Defesa do PM alega legítima defesa
A defesa do policial alega que o disparo foi acidental e que o agente agiu em legítima defesa, acreditando estar respondendo a um ataque de criminosos. No entanto, o Ministério Público sustenta que não havia confronto no momento em que o tiro foi disparado.
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Com a decisão, o policial será julgado por homicídio qualificado. Caso seja condenado, poderá enfrentar uma pena que varia de 12 a 30 anos de prisão. O júri popular é uma conquista para a família de Ágatha, que desde o ocorrido busca justiça para a morte da menina.
O próximo passo no julgamento
A data do julgamento ainda será definida, mas a expectativa é de que o processo seja acompanhado de perto pela sociedade e por grupos de defesa dos direitos humanos.
Caso o PM Rodrigo Soares seja condenado por homicídio qualificado, poderá pegar uma pena de 12 a 30 anos de prisão. A expectativa é que o veredito traga um desfecho para um caso que marcou o país e reforçou o debate sobre a atuação da polícia em comunidades do Rio de Janeiro.