Política
Pedro Paulo vota em projeto para substituir o atual teto de gastos
Urgência foi aprovada por 367 votos favoráveis nesta quarta-feira (17), na Câmara dos DeputadosO deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) votou a favor do requerimento de urgência ao projeto de lei complementar que fixa novo regime fiscal para as contas da União a fim de substituir o atual teto de gastos. A urgência foi aprovada por 367 votos favoráveis nesta quarta-feira (17), na Câmara dos Deputados.
Para Pedro Paulo, o texto do relator Claudio Cajado (PP-BA) ao Arcabouço Fiscal é um avanço e traz mecanismos, presentes em seu PLP 62/23, fundamentais para uma regra fiscal crível, responsável e sustentável.
O deputado destacou alguns pontos para a decisão:
Sustentabilidade da dívida
O relatório inovou ao trazer a sustentabilidade da dívida como um fim em si mesmo, buscando o equilíbrio das contas públicas. Isso foi um avanço em relação ao texto do governo, embora ainda precise de maiores detalhamentos sobre o mecanismo a ser utilizado para trazer o indicador de volta à trajetória sustentável.
Gatilhos
O substitutivo aproveita as mesmas vedações contidas no PLP 62/23, com o objetivo de colocar um freio nas despesas de acordo com o cenário fiscal do governo. São elas:
Gatilhos acionados imediatamente após a verificação do descumprimento da meta de primário:
- vedação da criação de cargos, emprego ou função
- alteração na estrutura de carreira
- criação ou majoração de auxílios/vantagens/bônus/abono para servidores públicos
- criação de despesa obrigatória
- reajuste de despesa obrigatória acima da inflação (não se aplica ao salário mínimo)
- criação ou expansão de linha de financiamento
- concessão/ampliação de benefício tributário.
Gatilhos acionados se a meta for descumprida por 2 anos consecutivos:
- vedação a concessão de reajuste de servidor
- vedação a contratação de pessoal e
- vedação a realização de concurso público.
Responsabilização
Outro avanço fundamental foi a inclusão de medidas de responsabilização dos gestores. Mas, é importante lembrar: assim como previsto no PLP 62/93, o descumprimento das metas fiscais não será crime. Por outro lado, o descumprimento dos contingenciamentos e dos gatilhos continuará sendo infração à Lei de Responsabilidade Fiscal, portanto, passível de punição. No texto original do governo, não havia qualquer menção a sanções.
Controle da despesa obrigatória
Outro mecanismo importado do projeto é a contenção da despesa obrigatória. Independente do cenário fiscal, quando a despesa primária obrigatória (por ex. previdência, gastos com pessoal, ou seja, aquelas em que não é possível reduzir) ultrapassar 95% da despesa primária total (que inclui também custeio e investimentos), gatilhos serão acionados automaticamente. O meu projeto é um pouco mais rígido, considerando o percentual de 93%, mas a mera inclusão deste mecanismo representa um avanço, porque garantiria espaço para investimentos importantes.