Esportes
Para atrapalhar rival, Vasco muda postura ao preferir jogar no Nilton Santos
Clube já tentou mandar jogos no Maracanã, mas agora vê vantagem para o Flamengo
O Vasco bateu o pé e insistiu para jogar no Estádio Nilton Santos o primeiro jogo da semifinal do Campeonato Carioca, no Sábado de Carnaval. A decisão foi tomada após reunião ocorrida nesta terça-feira (25), na sede da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ). Não foi unânime nem entre dirigentes e tampouco torcedores cruzmaltinos.
O motivo é a mudança de postura vascaína na discussão entre o gramado natural e sintético. O Vasco considera que jogar as duas semifinais no Maracanã seria uma vantagem ao Flamengo, mais acostumado a jogar lá. Por isso, o clube solicitou que o jogo fosse em São Januário, o que foi logo descartado. Para não ‘dar armas ao inimigo’, insistiu para levar a semifinal para o Nilton Santos.
Mas isto fez o Vasco mudar o discurso que adotou nos últimos tempos. Primeiramente, sobre o Maracanã, já que fez campanha para que o clube também tivesse o direito de mandar partidas no local (Maracanã Para Todos). Além disso, entrou na licitação, contra a dupla Fla-Flu, pela administração do estádio, o que acabou não conseguindo. Num segundo ponto, a defesa pelo gramado natural, em vez do sintético, foi uma bandeira levantada pelo meia Philippe Coutinho e pelo técnico Fábio Carille.
“O Vasco joga em qualquer estádio, não tem objeção por qualquer campo de jogo. Se fosse por desejo único e exclusivo do Vasco, teríamos jogado em São Januário. Mas, entre Maracanã e Nilton Santos, queríamos usar o Maracanã sempre que houver vontade do Vasco, não apenas quando for uma vontade coletiva, como seria agora. Nos últimos anos, o clube tentou usar o Maracanã, mas não teve sucesso institucionalmente”, disse o executivo Marcelo Sant’Ana.
FERJ queria Maracanã, mas Pedrinho firmou seu ponto
Na reunião, o Vasco deliberou, por quase duas horas, sobre a possibilidade de fazer o jogo no Estádio Nilton Santos. O presidente Pedrinho sempre defendeu o jogo no Engenho de Dentro, mas a Federação solicitou que a partida fosse no Maracanã. O argumento seria uma facilidade maior para a operação de um jogo deste tamanho, além de garantir a divisão em meio a meio para as duas torcidas, o que seria inviável em São Januário.
O Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (BEPE) fez coro e também sugeriu o Maraca. Marcelo Sant’Ana, executivo de futebol vascaíno, tentou convencer o presidente vascaíno de que jogar a primeira partida no Maior do Mundo seria mais viável. Mesmo assim, com todas as orientações em contrário, Pedrinho se manteve irredutível por jogar no Nilton Santos.
Por sua vez, o BEPE argumentou que só poderia liberar este clássico no estádio do Botafogo com dois setores fechados. De acordo com a Polícia Militar, as arquibancadas Norte e Sul teriam que ficar fechadas, com apenas a Leste (Flamengo) e a Oeste (Vasco) liberados. Dessa forma, o próprio público seria menor, com um público máximo estimado de 25 a 30 mil pessoas, em vez de 45 mil.
Diante de tudo isso, o presidente do Vasco concordou e ganhou, por ora, a queda de braço. A partida de volta, com mando do Flamengo, será no Maracanã.
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