Rio
MPRJ integra mutirão do TJRJ para agilizar andamento de processos de Violência Doméstica
Ação coincide com o aniversário da Lei Maria da Penha, que completou 15 anos no último sábado (07)O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (CAO Violência Doméstica/MPRJ), iniciou, nesta segunda-feira (09), os trabalhos no mutirão promovido pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJRJ) para acolher e agilizar o trâmite de processos de violência doméstica em curso no Fórum da Leopoldina, em Olaria.
O Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Leopoldina atende moradores do Complexo da Maré, Complexo do Alemão, Jacarezinho e Vigário Geral, além de Ramos, Penha, Inhaúma, Méier, Irajá, Ilha do Governador, Anchieta e Pavuna. São aproximadamente 550 processos por mês relacionados à violência contra a mulher nessa região.
Sete promotores de Justiça irão atuar no local nas próximas três semanas, ao lado de 12 juízas e de defensores públicos. De acordo com o TJRJ, o objetivo é reduzir de 11 mil processos para aproximadamente 4 mil, nesse período.
A coordenadora do CAO Violência Doméstica, Carla Araújo, explicou que o Ministério Público está empenhado para dar o apoio adequado e as respostas necessárias aos casos de violência contra mulher.
Ela destacou também a importância da conscientização da população: “O CAO Violência Doméstica/MPRJ participou de toda elaboração e do planejamento para esse mutirão. Foram inúmeras reuniões para que tudo desse certo e para que estivéssemos aqui de forma presencial. Os processos de violência doméstica são de uma natureza que demanda por acolhimento. Portanto, os promotores estão presentes aqui, fazendo a intervenção necessária”, comentou a procuradora de Justiça Carla Araújo, que complementou: “A informação também é muito necessária. Temos, por exemplo, um crime novo que é o de violência psicológica. É importante que as mulheres saibam que existe esse novo crime, saibam sobre a Lei Maria da Penha, que existem as medidas protetivas, o que fazer e onde buscar os seus direitos”.
A ação coincide com o aniversário da Lei Maria da Penha, que completou 15 anos no último sábado (07). O presidente do TJRJ, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, explicou que o mutirão atende a uma região com altíssimos números de processos de violência doméstica.
“O Tribunal de Justiça, junto ao Ministério Público e à Defensoria Pública, resolveu dar uma atenção especial para esta região da Leopoldina. É uma área carente, com imensas dificuldades, onde a pandemia agravou uma gama imensa de problemas sociais. Entendemos que aqui é um ótimo lugar para a Justiça brasileira dar uma resposta para esse grave problema”, pontuou.
A presidente da Coordenaria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica (Coem), desembargadora Suely Lopes Magalhães, alertou que a iniciativa procura resolver um problema já crítico e que piorou durante a pandemia.
“Estamos aqui para dizer a essa população carente de cuidados, de Justiça, que nós estamos muito preocupados com a sua segurança e com a garantia das suas vidas. A Leopoldina é o lugar onde mais temos processos. Estamos prontos para dar um fim neste grande dilema”, afirmou.
O mutirão ocorrerá de 9 a 13 e de 16 a 27 de agosto, com expectativa de realização de 1.500 audiências em seis salas simultaneamente. O período poderá ser prorrogado, caso seja necessário.