Patrulhando a Cidade
MPF suspeita que mais tiros tenham sido disparados em blitz da PRF que resultou na morte da menina Heloísa
Órgão diz que não concorda com perícia realizada pela Polícia CivilSob a suspeita de que mais tiros tenham sido disparados contra o carro em que estava a menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, o Ministério Público Federal solicitou que a Polícia Federal realize uma nova perícia no veículo da família e nas armas usadas pelos policiais envolvidos na ocorrência.
O policial rodoviário federal Fabiano Menacho Ferreira afirmou que atirou três vezes.
Heloísa morreu na manhã deste sábado (16), após ficar nove dias internada no CTI do Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi atingida por dois tiros de fuzil, na coluna e na cabeça, após passar por uma blitz da PRF na altura de Itaguaí, no Arco Metropolitano, voltando da comemoração do feriado do Dia da Independência, no dia 7 de setembro.
O MPF diz que não concorda com a perícia feita pela Polícia Civil, solicitando, inclusive, a verificação das pistolas utilizadas pelos agentes da PRF e no fragmento de bala que atingiu de raspão uma integrante da família que também estava no veículo, identificada como Rayane.
O órgão também realizou o pedido de prisão preventiva dos agentes Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva. A PRF diz que não vai se manifestar sobre o pedido, mas os policiais já foram afastados da corporação.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, Heloísa sofreu uma parada cardiorrespiratória irreversível na manhã de sábado e não resistiu.
O corpo dela será sepultado neste domingo (17), às 16:30h, no Cemitério Municipal de Petrópolis, na Região Serrana.
Agente da PRF visitou CTI em que Heloísa estava sem identificação:
Dois dias após a menina ser atingida, um agente da PRF à paisana (sem uniforme ou identificação) entrou no CTI sem autorização da segurança do hospital. O Ministério Público Federal iniciou uma investigação para investigar a entrada irregular. Ele foi identificado com exclusividade pela Super Rádio Tupi como Newton Agripino de Oliveira Filho. O policial não tem envolvimento na abordagem que deixou a criança ferida.
Newton Agripino Oliveira Filho é alvo de um inquérito por ameaça e injúria na 34ª DP (Bangu) e responde a outros processos no sistema judiciário. Ele chegou a ser exonerado da corporação em 2009 por problemas disciplinares, mas foi reintegrado à Polícia Rodoviária Federal em 2020.