Rio
MPF pede que UFRJ cancele matrícula de estudante acusada de fraudar cota
Órgão move ao menos outras cinco ações contra candidatos pelo mesmo crimeO Ministério Público Federal recorreu, nesta sexta-feira (13), de decisão da 27ª Vara Federal do Rio que julgou improcedente o pedido para condenar a UFRJ e uma aluna do curso de medicina por fraude na autodeclaração para o ingresso por cota destinada a pretos, pardos ou indígenas.
Na ação, o MPF pede que a UFRJ anule a matrícula da estudante e que a aluna seja condenada a reparar danos materiais à universidade no valor médio de faculdades de medicina em instituições particulares, além de reparar danos morais e coletivos à sociedade e individuais à UFRJ.
De acordo com o MPF, o juízo da 27ª Vara Federal, no entanto, considerou infundado o pedido por considerar que não é possível afirmar que a autodeclaração feita pela estudante foi falsa de modo a causar a desconstituição da matrícula.
Para o MPF, a sentença ainda é nula porque não houve citação da ré, que não foi localizada nos endereços fornecidos à UFRJ ou ao sistema bancário. Com isso, o depoimento pessoal da estudante para verificar as características fenotípicas foi inviabilizado, uma das provas requeridas pelo MPF para instrução do processo.
O MPF questiona a tese de que não cabe penalizar a candidata pelo mecanismo falho da UFRJ. Quando a matrícula da aluna foi efetuada, no 1º semestre de 2018, a universidade ainda não havia criado a comissão de heteroidentificação e não dispunha de mecanismos de confirmação da autodeclaração. No entanto, o próprio edital para ingresso previa o cancelamento da matrícula caso fosse constatada fraude.
Cabe lembrar que o MPF move ao menos outras cinco ações contra candidatos por fraude em cotas. Em duas delas houve apelação neste mesmo sentido.