Esportes
MP-GO investiga manipulação de resultados em jogos da Série A do Brasileirão 2022
Operação Penalidade Máxima II cumpre três mandados de prisão preventiva, além de 20 mandados de busca e apreensão em seis estadosA segunda fase da Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás na manhã desta terça-feira, identificou as suspeitas de manipulação de resultados em cinco jogos da Série A do Brasileirão de 2022, além de outros cinco em campeonatos estaduais deste ano, como o Paulista, Goiano, Gaúcho e Mato-Grossense.
O MP-GO atua para cumprir três mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios e seis estados. De acordo com a investigação, o grupo teve a participação de jogadores profissionais, que recebiam entre R$ 50 mil a R$ 100 mil para cometer determinadas ações nos jogos.
Os indícios são de que as manipulações eram variadas e tinham o objetivo de assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo.
Com isso, os envolvidos conseguiam grandes lucros em apostas realizadas nos sites de casas esportivas. Eles utilizavam contas cadastradas no próprio nome ou até de terceiros para aumentar o lucro.
ZAGUEIRO VICTOR RAMOS É UM DOS INVESTIGADOS
De acordo com o site “ge.com”, o zagueiro Victor Ramos, da Chapecoense, é um dos jogadores investigados na operação. O atleta de 33 anos acumula passagens por Vasco, Palmeiras e jogou o último Campeonato Paulista pela Portuguesa.
Ainda de acordo com a informação do “ge”, ele foi um dos alvos de busca e apreensão da investigação.
Em nota, a Chapecoense se posicionou contrária a qualquer situação de manipulação de resultados e declarou apoio e confiança na integridade profissional do atleta. Confira:
“A Associação Chapecoense de Futebol vem a público a fim de reiterar o seu posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de situação que envolva a manipulação de resultados de jogos. O clube entende que tais condições são totalmente antidesportivas, ferindo os valores éticos e morais da modalidade.
A respeito da “Operação Penalidade Máxima” e do cumprimento do mandado relacionado à ela em Chapecó – envolvendo um jogador do clube – a agremiação alviverde reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta.
Por fim, tendo em vista as investigações, o clube destaca o seu compromisso em colaborar totalmente com as autoridades e oferecer todo o suporte e informações necessárias na apuração e esclarecimento do caso.”
CONFIRA TRECHO DA NOTA OFICIAL DIVULGADA PELO MP-GO:
“Há suspeitas de que o grupo criminoso tenha concretamente atuado em pelo menos 5 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2022, bem como em 5 partidas de Campeonatos Estaduais, entre eles, os campeonatos Goiano, Gaúcho, Mato-Grossense e Paulista, todos deste ano.
Estão sendo cumpridos 3 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de 6 estados, expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores.
Os mandados estão sendo cumpridos em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).
Os Gaecos dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, o Cyber Gaeco do MP de São Paulo e do Centro de Inteligência do MP do Rio de Janeiro, além das polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, dão apoio ao cumprimento das diligências.
As práticas delitivas podem se enquadrar nos crimes previstos na Lei nº 12.850/13, arts. 41-C e 41-D do Estatuto do Torcedor e art. 1º da Lei n. 9.613/98.“