Rio
Morre menina de 6 anos torturada pela mãe e madrasta em Porto Real
Criança foi alvo de socos, pontapés e golpes de fio de televisão, e chegou a ser jogada de um barranco de 7 metros de alturaMorreu na madrugada deste sábado (24), a menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, de 6 anos, que foi agredida e torturada pela mãe e pela madrasta em Porto Real, no Sul Fluminense do Rio. Segundo o boletim médico do hospital onde a criança estava internada, ela teve uma parada cardiorrespiratória, por volta das 3h30 e não resistiu. Ainda de acordo com o boletim, Ketelen chegou na unidade de saúde, transferida do Hospital Municipal São Francisco de Assis com quadro de politraumatisma e coma arreflexo, apresentando múltiplas lesões corporais e crônicas, na última segunda-feira (19).
Nas últimas 24h, o estado de saúde de Ketelen se agravou, apresentando “deteorização das funções vitais”.
No ínicio da semana, a criança foi encaminhada para o Hospital Municipal São Francisco de Assis depois de ser espancada pela madrasta, Brena Luane Barbosa Nunes e a mãe da menina, Gilmara Oliveira de Farias. De acordo com informações, as agressões começaram na sexta-feira (16) e duraram até segunda-feira. Elas moravam em Jardim das Acácias, em Porto Real.
A Justiça do Rio decretou a prisão preventiva das duas agressoras na última quarta-feira (21). Na decisão proferida após a audiência de custódia, a justiça frisou a gravidade das lesões sofridas pela vítima, que é filha e enteada das acusadas.
Após optarem pela prisão, a justiça também enumerou detalhes da violência contra a menina em casa. Segundo a mãe da madrasta de Ketelen, que também mora na residência, a violência contra a criança começou na noite de sexta-feira (16), e continuaram por quase 48h. Foram “socos e chutes por diversas vezes”, além de a vítima ter sido “arremessada contra a parede e contra um barranco de 7 metros de altura, e de ser chicoteada com um cabo de TV”, além de ser submetida a um “intenso sofrimento físico e psicológico”, de acordo com a justiça.
A justiça disse ainda que as duas presas confessaram o crime à 100ª Delegacia de Polícia de Porto Real, que cuida das investigações. Além disso, o que pesou também contra as acusadas foi o fato de que o socorro só foi acionado na manhã de segunda-feira (19), quando Ketelen já não tinha nenhuma reação.
Por fim, foi ressaltado o histórico de agressão por parte da madrasta, que possui, entre outros crimes, uma passagem na polícia por agredir fisicamente a própria mãe, uma das testemunhas, agora, no caso que envolve a menina. A justiça ressaltou que a prisão das flagranteadas merece ser mantida para a conveniência da instrução criminal, diante do fato de que as testemunhas/vítimas, por certo, se sentiam amedrontadas em prestar depoimento estando estas em liberdade.
Na audiência de custódia, a madrasta de Ketelen disse à Justiça que sofreu “violência no ato da prisão”, respondendo um questionamento de praxe para este tipo de ocorrência. A justiça determinou também que cópias dos autos fossem remetidas à Corregedoria Geral da Policia Militar e a Auditoria Militar para que fossem apuradas eventuais agressões praticadas”.