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Michel Temer vira réu por lavagem de dinheiro em São Paulo
MPF diz que dinheiro de propina foi gasto para reformar casa de Maristela Temer, sua filhaO ex-presidente Michel Temer se tornou réu pela quarta vez neste ano. A decisão foi do juiz federal Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Além dele, a sua filha Maristela Temer, o coronel João Batista Lima Filho e a mulher de Lima, Maria Rita Fratezi também viraram réus.
A ação penal é pelo crime de lavagem de dinheiro. A suspeita é que a reforma da casa da filha de Michel Temer, Maristela, tenha sido financiada com dinheiro desviado das obras da usina nuclear de Angra 3.
A casa de Maristela Temer fica em um dos bairros mais valorizados da capital paulista. Em 2014, o imóvel passou por uma grande reforma.
As defesas de Michel Temer e Maristela se pronunciaram após as denúncias.
Confira o que a defesa de Maristela disse:
“Com o respeito devido ao Ministério Público Federal, não houve preocupação em se verificar a veracidade dos fatos, inteiramente refletida nos esclarecimentos já prestados por ela quando ouvida perante a autoridade policial. A origem dos valores utilizados para a reforma de sua residência é lícita e Maristela Temer jamais participou de qualquer conduta voltada à lavagem de dinheiro”.
Confira o que a defesa de Michel Temer falou:
“A acusação de lavagem de dinheiro por meio da reforma da casa de uma das filhas de Michel Temer, além de não possuir base em provas idôneas, é infame.
Os fatos relacionados àquela reforma foram indevidamente inseridos no inquérito que apurava irregularidades na edição do chamado Decreto dos Portos, que tramitou perante o STF, o qual, aliás, transformou-se em verdadeira devassa, sem nenhum respeito à norma do Juiz Natural. Naquela fase, a filha do ex-Presidente foi ouvida e prestou todos os esclarecimentos quanto à origem dos recursos utilizados nas obras, e agora, sem promover investigação sobre as explicações por ela apresentadas, o MPF-SP formulou a denúncia a galope, logo depois que os mesmos fatos foram usados pelo MPF-RJ para requerer e obter a decretação da prisão de Temer. Quando o tema surgiu naquele inquérito 4621 do STF, dizia-se que os recursos destinados à reforma teriam vindo de corrupção envolvendo empresa que presta serviços ao Porto de Santos. Num momento seguinte, o dinheiro teria vindo a JBS, e, finalmente, eis que a fonte pagadora teria sido empresa de outro delator cujo acordo foi distribuído ao mesmo relator do inquérito 4621, apesar de ele tratar de assuntos relacionados à Eletronuclear, em nada vinculados ao Porto de Santos. O fato é que nenhum dinheiro fruto de corrupção foi empregado na obra da reforma, pela simples razão de que o ex-Presidente não recebeu dinheiro dessa espécie.
Essa acusação estapafúrdia revela, além do desrespeito de seus autores pelo Direito, o propósito vil de usar a filha de Michel Temer para atingi-lo, o que merece o repúdio de quem, mesmo em relação a adversários políticos, preserva íntegro o senso de decência”.