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Manifestantes tiveram seus celulares invadidos por governo chinês
Cidadãos chineses expressam insatisfação sobre política de "Covid Zero" e iniciam protestos pelo país
Os protestos realizados por cidadãos chineses estão ganhando força no país, a população exige por flexibilização na política de “Covid zero”. Por conta disso, o governo chinês está vigiando celulares de manifestantes na tentativa de inibir os protestos nas grandes cidades.
De acordo com fontes que transitam nos locais, a polícia estaria exigindo informações pessoais da população e ordenando para que todos removam aplicativos como Telegram, Twitter ou Instagram de seus celulares. Outras pessoas relataram situações de opressão e privacidade invadida quando policiais inspecionaram seus telefones sem autorização.
“A polícia me advertiu para não usar o Telegram e pediu que eu parasse de compartilhar informações sobre a pandemia por meio do aplicativo”, relatou um manifestante que preferiu não se identificar.
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A onda de protestos começou a intensificar após um incêndio na região ocidental de Xinjiang que matou 10 pessoas. Devido à política de “Covid Zero” tanto o resgate quanto a evacuação das pessoas no local foram dificultadas. Manifestantes começaram a liderar protestos erguendo folhas de ofício brancas e lençóis por ser uma cor tradicional em funerais na China e para expressar unicamente a raiva pelas milhares de pessoas sofrendo com as restrições do governo.
Uma advogada que presta assistência jurídica para mais de 20 manifestantes de várias regiões, expôs a opressão da polícia que está confiscando telefones e prendendo pessoas.
“A prioridade da polícia tem sido acessar os celulares dos manifestantes”, disse Shengsheng Wang e completou: “Enquanto alguns conseguiram recuperar seus telefones depois de serem liberados, outros ainda não conseguiram reaver os aparelhos com a polícia, mesmo após seres soltos.”
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