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Mais de 1.400 comunidades do Rio são dominadas por traficantes ou milicianos
Dados são de um levantamento da Polícia Civil. Tráfico domina 81% dos territóriosO Rio de Janeiro tem 1.400 favelas dominadas por criminosos. Os dados são de um relatório da Polícia Civil sobre a violência no Estado, que revela detalhes nunca divulgados sobre a atuação das quadrilhas de milicianos e traficantes nas comunidades do Rio.
O levantamento, que Super Rádio Tupi teve acesso na manhã desta terça-feira (07), foi encaminhado ao Ministério da Justiça e ao Supremo Tribunal Federal mostra que o crime organizado controla 1.413 comunidades do Estado.
Segundo documento, as facções que disputam o controle do tráfico de drogas nas favelas do Rio controlam 81% dos territórios. Ainda segundo o relatório, os milicianos atuam em 19% dessas comunidades. O estudo elaborado pela Polícia Civil também revelou detalhes sobre a atuação desses criminosos.
De acordo com as informações levantadas pela corporação, atualmente milicianos estão envolvidos com o comércio de drogas nas comunidades onde exercem o domínio do território. Enquanto isso, traficantes de drogas também controlam serviços de TV à cabo e interne e outros serviços clandestinos, que antes eram controlados por grupos para militares.
Atualmente, segundo o documento elaborado pela Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, a atividade do tráfico de drogas não é mais tão rentável, em razão do grande número de “soldados” das quadrilhas. A polícia avalia que o Estado do Rio tenha 56.600 criminosos em liberdade. O dado é maior que número de agentes que formam o efetivo da Polícia Militar, tem 44 mil PMs.
Dados de investigação e de inteligência da corporação demonstram uma aliança logística e estratégica entre as facções criminosas do Rio com o Primeiro Comando da Capital, do Estado de São Paulo, responsável por fornecer facilidades na obtenção de armas, munições e drogas, que são destinadas ao Rio de Janeiro e abastecem as favelas dominadas por este grupo criminoso.
No documento, a corporação afirma que diante das decisões judiciais que restringem a atuação operacional das polícias em comunidades, como o Complexo da Maré. O relatório revela que a localidade da Zona Norte do Rio é local onde criminosos se reúnem para planejar crimes em diversas regiões do estado, como homicídios, roubo de veículos e roubos de cargas. Segundo o levantamento, os bandidos se utilizam de locais próximos a escolas, creches e hospitais para armazenar o produto dos roubos.
O levantamento aponta ainda:
- Facção de traficantes mais numerosa controla 828 favelas;
- Polícia estima que o Rio tenha 56.600 criminosos em liberdade;
- 895 criminosos de altíssima periculosidade têm mandados de prisão em aberto;
- Inquéritos apontam 9.762 de crimes relacionados à violência doméstica.
A Polícia Civil afirma no relatório que mais da metade dos homicídios investigados nas regiões da capital, Baixada Fluminense e na Região Metropolitana do Rio desde 2016 estão ligados a atuação do crime organizado. O estudo aponta que as ações criminosas acontecem com a colaboração de cerca de 51 mil presos do sistema penal ligados às facções que controlam as comunidades do Rio. No total, são 895 de bandidos considerados de alta periculosidade, com mandados de prisão em aberto atuando em diversos delitos no Estado.