Capital Fluminense
Imagem de São Jorge alvo de ato de intolerância religiosa é recolocada em praça de Irajá
Fiéis da Umbanda e da Igreja Católica participaram de uma procissão em nome da diversidade de crençaUm dia após a imagem de São Jorge ter sido destruída no bairro de Irajá representantes da Umbanda se uniram aos fiéis da Igreja Nossa Senhora da Apresentação para realizar na noite desta terça-feira um ato em defesa da liberdade de crença na região da Praça do Chafariz, na Zona Norte do Rio.
A ação começou com uma missa celebrada pelo bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio, Dom Catelan, e continuou com uma procissão até a praça onde ocorreu o vandalismo. A nova imagem foi doada pelo relator da CPI da Assembleia Legislativa do Rio, o deputado estadual, Átila Nunes.
“O ato foi verdadeiramente ecumênico, com a união de fiéis da Umbanda e do Candomblé. Com certeza a fúria do preconceituoso que destruiu a imagem está ligada ao espetáculo do Carnaval de 2022, quando a religiosidade afro-brasileira foi valorizada com a consagração das suas divindades”, afirmou Átila Nunes.
A Coordenadoria da Diversidade Religiosa esteve no ato representada pelo seu coordenador, Pai Márcio de Jagun, que registrou o caso na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, a Decradi.
“Além da Praça do Chafariz, outra imagem de São Jorge foi destruída no altar que fica na Fregueria, no último dia 20. Um ato como o que organizaram os umbandistas e católicos nesta terça mostra o quanto é importante a harmonia entre as crenças para a reconstrução do caminho da paz, tão sonhado pela humanidade”, afirmou o coordenador executivo de Diversidade Religiosa do Rio, Pai Márcio de Jagun.
Para o Bispo Dom Catelan, somente com respeito e diálogo a sociedade alcançará o verdadeiro progresso.
“É muito importante que continuemos unidos contra o preconceito e a violência. O verdadeiro amor de Deus está nos nossos corações”, completou o bispo.
Sobre a depredação da antiga estátua do santo guerreiro, os policiais da Decradi vão pedir imagens das câmeras instaladas por comerciantes e prédios da região em torno da praça para tentar identificar os responsáveis pelo ato de intolerância religiosa.