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Brasil

Gestoras de situações especiais se multiplicam no Brasil

Advogado explica que empresas são essas e como elas agem 

Publicado

em

Mundo corporativo
(Foto: Reprodução)

O crescimento da dívida corporativa, combinado com o mercado de crédito lento do Brasil, alimentou um aumento de empresas gestoras especializadas em investir em empresas em dificuldades. Esta é uma categoria que se batizou no estrangeiro como “especialista em circunstâncias especiais”, ou simplesmente como “special sits”.

De acordo com um estudo conduzido pela gestora Spectra, o Brasil já conta com 32 gestoras independentes especializadas em atuar nesse segmento, eliminando os bancos e escritórios de advocacia que também operam nessa área. O número dobrou em cinco anos. Essas gestoras possuem diferentes estratégias? Quais são as principais estratégias? Qual o volume de capital disponível das gestoras especializadas? A tendência é que o número de gestoras ainda cresça?

Segundo o advogado especialista em direito empresarial Vinícius Morais Prado, do escritório Morais Prado Advocacia, o nível de inadimplência no país só aumenta, a disponibilidade de crédito se tornou mais escassa e tudo isso contribui para que as empresas tenham riscos maiores. Tendo isso, surgiram as gestoras de situações especiais. “Elas se destacam porque, evidentemente, elas não se enquadram como escritório de advocacia. Tendo como base esse parâmetro, elas conseguem trabalhar de uma maneira mais flexível quando comparado com um escritório de assessoria jurídica”, explica.

advogado especialista em direito empresarial Vinícius Morais Prado, do escritório Morais Prado Advocacia
advogado especialista em direito empresarial Vinícius Morais Prado, do escritório Morais Prado Advocacia (Foto: Divulgação)

Vinicius segue dizendo que a primeira diferença das gestoras para os escritórios é no contato com o cliente. “Ela consegue entrar em contato muito mais facilmente com o cliente, pois os escritórios de advocacia não podem fazer isso. Com relação às estratégias que elas usam, elas vão formar um compliance dentro da empresa e vão fazer análises de riscos e cada empresa vai ter o seu setor”, diz. Referente ao volume de capital disponível para essas gestoras, Vinicius informa que o valor é imensurável.

“No cenário brasileiro, cada vez que passa fica mais apertado para os empresários trabalharem diante da rigidez de concessão de créditos, dentre outros fatores, mas principalmente a falta de estudo financeiro para as empresas, onde as gestoras utilizam dessas estratégias para conseguir remoldar essas empresas e alavancá-las”, analisa.

Vinicius finaliza dizendo que a tendência é que o número dessas gestoras só aumente. “Isso pelo fato de serem menos engessados com relação a crescimento e forma de captação, e também que a tendência é que o número de empresas que necessitem disso aumente devido à inflação, a falta de concessão de créditos, a falta de benefícios empresariais etc”.

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