Pablo Oliveira
Gabriel Monteiro, ex-vereador deixa prisão após mais de dois anos detido
Decisão do STJ libera ex-parlamentar acusado de agressão brutal contra jovem de 23 anos; tornozeleira eletrônica e proibição de contato com vítima são impostas
Ele está solto! Após dois anos e quatro meses de prisão preventiva por uma acusação grave de estupro, o ex-vereador Gabriel Monteiro voltou às ruas na noite desta sexta-feira (21). A decisão, que gerou forte repercussão nas redes sociais, foi determinada pela 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com base em um argumento polêmico: o tempo excessivo de detenção sem sentença definitiva.
A 34ª Vara Criminal do Rio de Janeiro substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares. Entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de qualquer contato com a vítima.
O ministro Og Fernandes, relator do caso no STJ, votou a favor da soltura e defendeu sua posição com palavras que ecoaram entre juristas e cidadãos comuns. “Não é adequado manter uma prisão por mais de dois anos, em um processo que a instituição está reiniciando e por erros do Estado”, disse ele. E completou: “Não vejo aqui outro caminho […] que é de dar provimento ao agravo, substituir a prisão preventiva por medidas cautelares”.
Relembre o Caso:
Tudo começou com um encontro aparentemente comum em uma das casas noturnas mais conhecidas do Rio: a boate Vitrinni, na Barra da Tijuca. A jovem de 23 anos conheceu Gabriel Monteiro naquela noite e aceitou acompanhá-lo até a casa de um amigo do ex-parlamentar, localizada no bairro do Joá, na Zona Sul carioca.
Foi ali, segundo o relato da vítima à polícia, que o pesadelo começou. Ela afirma ter sido obrigada a manter relações sexuais com Monteiro sob ameaça. “Ele passou uma arma no meu rosto”, denunciou. Em seu depoimento, a jovem disse ainda que foi agredida, jogada na cama, teve os braços imobilizados e sofreu violência física e psicológica.
Em março de 2022, quando ainda era vereador, Gabriel Monteiro já enfrentava uma enxurrada de denúncias. Funcionários de seu gabinete o acusaram de assédio moral e sexual. Também pesava contra ele a suspeita de envolvimento em uma operação que apurava o vazamento de vídeos íntimos de um menor de idade.
Segundo relatos de ex-assessores à polícia, o ex-vereador teria promovido orgias com menores em sua casa. Um ex-funcionário chegou a relatar que, ao chegar ao local de trabalho, encontrou Monteiro ainda deitado, enquanto garotas saíam chorando e visivelmente abaladas.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Super Rádio Tupi.
