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Fernando Diniz se emociona com saída do Fluminense: ‘Muito mexido’
Técnico foi demitido no começo da semana, mas falou em gratidão ao clubeUm dia depois do presidente Mário Bittencourt, foi a vez do técnico Fernando Diniz falar sobre sua saída do Fluminense. Nesta quarta-feira (26), no condomínio onde mora, na Barra da Tijuca, o treinador conversou com a imprensa e deu detalhes sobre seu sentimento ao deixar o clube. Campeão da Libertadores e da Recopa Sul-Americana, ele foi demitido na última segunda.
Muito emocionado, Diniz chegou a chorar em alguns momentos, ao lembrar dos bons momentos que viveu pelo Fluminense. Ele afirmou que ainda não está em condições de avaliar se poderá voltar a trabalhar no futebol por outro clube em 2024, mas se disse agradecido pela oportunidade de fazer história no clube, por onde comandou 190 jogos, dos quais venceu 91.
“Sou tranquilo para dar entrevistas, mas ainda estou mexido com minha saída do Fluminense. Por tudo que representou na minha carreira e o que vivemos aqui. Não pretendo trabalhar imediatamente, não sei se vou trabalhar ainda esse ano. Preciso descansar, é um sentimento imenso de gratidão, pelos momentos que vivemos juntos. Mas também é uma tristeza grande porque não queria que terminasse assim. São muitas lembranças, muitas emoções vividas por mim, minha família e vai ficar marcado para sempre”, afirmou Diniz, também homenageando o presidente do Flu, Mário Bittencourt:
“O Fluminense tem muita sorte de ter o presidente que tem. O clube que deixei em 2019, com aquele monte de salários atrasados, ninguém queria jogar aqui… Ele (Mário) foi reconstruindo o clube. Vê como mudou de lá para cá. Foi uma evolução muito grande, ele trabalha muito bem e é apaixonado pelo clube. O estafe, o clube, é tudo muito harmonioso. Um trabalho muito bem feito”.
Técnico se desculpa por má fase
Ainda muito emocionado, Fernando Diniz também pediu desculpas à torcida pelo momento ruim na temporada. Afinal, o Fluminense é o último colocado do Campeonato Brasileiro e vive uma fase negativa, que acabou justamente culminando com a demissão do treinador. Ele, entretanto, afirmou que não mudará seu estilo, onde quer que trabalhe:
“Quis muito voltar ao Fluminense e tenho certeza que deu certo. Peço desculpas por esse momento de não conseguirmos vencer, mas nunca faltou entrega, trabalho, coragem para fazer as coisas. É um momento significativo na minha vida, foi uma entrega muito grande. E o futebol, para mim, nunca foi uma coisa mecânica, apartada da vida, do sofrimento, do choro e da alegria. Não vou me dobrar nunca ao sistema. Sofri muito, quando jogava, para ser quem eu sou. Esse sistema do futebol faz muito mal a muita gente”, disse, continuando:
“A minha vida no futebol, enquanto eu viver, vai ser para deixar alguma coisa firme para que o sistema seja menos cruel para muitas pessoas, em especial aos jogadores. Esses são os que mais sofrem. O sistema trata os jogadores de 16, 17 anos como se fossem capazes de suportar essa avalanche de superficialidades que entram na injustiça e crueldade de uma sociedade que quer extravasar suas emoções e precisa achar culpados para se sentir melhor. E os jogadores não são treinados para suportar isso”.