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Falta de reciclagem faz Rio de Janeiro desperdiçar R$2 bi

Especialista diz que iniciativas podem reverter cenário.

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Reciclagem
Reciclagem (Foto: Freepik)

Em 2021, o Rio de Janeiro sofreu um impacto econômico considerável, com uma perda de R$2 bilhões devido à gestão ineficaz de resíduos sólidos. O descarte inadequado de materiais como papel, plástico, vidro e metal resultou nessa impressionante perda financeira. Essas descobertas provêm do “Mapeamento de Recicláveis Pós-Consumo no estado do Rio de Janeiro,” um estudo da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), que se baseia em mais de dois milhões de toneladas de resíduos com potencial para reciclagem, mas que acabaram em aterros sanitários.

Segundo o especialista em gestão de resíduos, coleta seletiva e presidente do Grupo Urbam, Guilherme Almeida, esse fato nos convoca a uma reflexão crítica e uma ação imediata para aprimorar o sistema de gestão de resíduos e coleta seletiva. “Primeiramente, precisamos investir seriamente em educação e conscientização pública. Campões educacionais são fundamentais para encultir a importância da reciclagem e do descarte correto de resíduos. A sensibilização pode ser a chave para mudanças comportamentais significativas na sociedade”, explica.

Especialista em gestão de resíduos, coleta seletiva e presidente do Grupo Urbam, Guilherme Almeida
Especialista em gestão de resíduos, coleta seletiva e presidente do Grupo Urbam, Guilherme Almeida (Foto: Divulgação)

Guilherme também diz que, além disso, é imprescindível desenvolver e expandir a infraestrutura de coleta seletiva. “Isso garantirá que diferentes tipos de resíduos sejam coletados e tratados de forma adequada. Infraestrutura é o alicerce de um sistema de reciclagem eficaz. Políticas e incentivos também desempenham um papel crucial. Devemos implementar medidas que encorajam práticas de reciclagem, desde subsídios para indústrias de reciclagem, até penalidades para descartes inadequados”, diz.

Guilherme ainda diz que parcerias público-privadas também podem ser catalizadores do processo. “A colaboração entre o governo, empresas e ONGs pode compartilhar recursos e conhecimentos, contribuindo para o desenvolvimento da infraestrutura e tecnologia mais eficientes para reciclagem. A inovação tecnológica é um aspecto que não podemos ignorar. Precisamos investir em tecnologias que aumentem a eficiência da coleta seletiva e da reciclagem e sistemas de identificação de resíduos e plataformas digitais de monitoramento”.

Não menos importante, Guilherme finaliza dizendo que é imprescindível a integração da economia informal. “Catadores e recicladores informais desempenham um papel vital na cadeia de reciclagem. Colaboração com eles, proporcionando acesso e recursos a condições de trabalhos mais seguros, é essencial”, afirma.

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