Rio
Fábrica atingida por incêndio não tinha alvará do Corpo de Bombeiros
O prédio, segundo o Corpo de Bombeiros, não possuía licença para funcionamento e não oferecia condições mínimas de segurançaUm incêndio de grandes proporções atingiu, na manhã desta quarta-feira (12), a fábrica de adereços de Carnaval Maximus, localizada na Rua Roberto Silva, em Ramos, Zona Norte do Rio. Segundo o Corpo de Bombeiros, o prédio não possuía licença para funcionamento e não oferecia condições mínimas de segurança.
“A edificação não possuía escada de aprovação do Corpo de Bombeiros e, por consequência, não tinha as condições de segurança adequadas”, afirmou o subcomandante geral do Corpo de Bombeiros, o coronal Sarmento.
Ele também destacou que a estrutura do prédio apresentava riscos elevados. “A característica da edificação era de um local onde possuía muitos materiais de alta combustão, como plásticos e papéis”, explicou.
Muitas pessoas estavam no imóvel na hora do incêndio
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 7h39 e chegou ao local nove minutos depois. A corporação mobilizou 70 bombeiros, 13 quartéis e 30 viaturas para conter as chamas.
De acordo com o coronel, todos os funcionários presentes no momento do incidente foram resgatados.
No entanto, o incidente deixou 21 feridos, sendo 12 em estado grave. Durante o resgate, quatro trabalhadores foram encontrados presos e pendurados em janelas, tentando escapar da fumaça. Eles foram retirados momentos antes de as chamas alcançarem o andar onde estavam.
O Corpo de Bombeiros mobilizou mais de 90 agentes para conter as chamas e resgatar as vítimas, que foram encaminhadas para diversos hospitais da cidade.
Segundo balanço da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), das oito vítimas que deram entrada nas unidades da rede municipal de saúde, três permanecem internadas: uma no Hospital Municipal Salgado Filho, com quadro estável, e duas no Hospital Municipal Souza Aguiar, sendo uma em estado grave e a outra estável. Quatro pessoas já receberam alta, duas no Hospital Municipal Souza Aguiar e duas no Hospital Municipal Evandro Freire. Uma vítima saiu de alta à revelia no Hospital Municipal Salgado Filho.
Falhas na segurança e investigação
Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, além da falta de licença para funcionamento, o prédio não atendia aos requisitos básicos de segurança. “A edificação não tinha condição de segurança necessária para funcionar”, ressaltou o coronel Sarmento.
Ele também afirmou que a corporação não havia entrado em contato com o proprietário do imóvel. “Não falamos com o dono da edificação, isso não compete ao Corpo de Bombeiros nesse momento.”
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A área atingida pelo fogo foi de aproximadamente 500 metros quadrados.
O caso está sendo investigado pela 21ª DP (Bonsucesso), com objetivo de apurar as causas do incêndio e possíveis irregularidades na estrutura do prédio.
A Defesa Civil estadual prestou apoio no resgate e nas ações pós-incêndio.
Governador do Rio acompanha a mobilização
Nas redes sociais, o governador do Rio, Cláudio Castro, assegurou que “as vítimas dessa tragédia estão recebendo toda a assistência no HGV, unidade que foi reformada recentemente e é uma referência para atendimento de casos graves como esse”. Segundo ele, equipes multidisciplinares estão dedicadas ao atendimento desses pacientes, além de assistentes sociais e psicólogos mobilizadas para oferecer o suporte às famílias.
“Determinei que a Secretária de Estado de Saúde, dra. Claudia Mello, acompanhe pessoalmente o atendimento às vítimas desse incêndio no HGV. O SAMU enviou seis ambulâncias para o local e fez 11 atendimentos. Infelizmente, temos 9 pessoas em estado grave”, afirmou Castro.
O governador também compartilhou durante esta manhã, em publicação no X (antigo Twitter), o trabalho do grupamento aéreo e especialistas da corporação.
Paes chega ao Rio e fala sobre o incêndio
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que estava em Brasília no momento do incêndio, visitou a fábrica de adereços de Carnaval Maximus assim que chegou à cidade e concedeu uma coletiva em frente ao local.
Paes descreveu o acidente, que destruiu completamente a fábrica, como uma “cena assustadora”, mas destacou o trabalho do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro.
“Parabenizar o Corpo de Bombeiro, se não fosse a rapidez para chegar aqui (Fábrica incendiada) a gente poderia ter visto uma tragédia muito maior. As pessoas ficaram presas, então a eficiência dos bombeiros salvou vidas”, disse Paes.