Rio
‘Exército matou meu filho’, diz mãe do catador Luciano Macedo
O jovem de 27 anos foi enterrado na tarde desta sexta-feiraPor: Redação Tupi
Ocorreu na tarde desta sexta-feira, o enterro de Luciano Macedo, catador de 27 anos morto ao levar um tiro, após o exército disparar 80 contra um carro em Guadalupe. Internado desde de 7 de abril, ele deixa mãe e esposa grávida. Macedo morreu na madrugada da última quinta-feira, no Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes.
Muito abalada após enterrar o filho, Aparecida Macedo conversou com jornalistas na saída do funeral e contou que o jovem queria construir uma casa na região, pois se sentia seguro ali.
“Ele queria ter a casinha para ele e para a mulher dele. Eu ainda falei para ele: ‘vai fazer barraco aí?’. Ele me disse: ‘fica calma, coroa, o Exército tá ali, a gente está seguro. O Exército matou meu filho”, desabafou a mãe.
Aparecida ainda contou que não recebeu nenhum tipo de apoio do Exército. Inclusive, de acordo com o UOL, o enterro foi pago com uma arrecadação virtual que, até ontem à noite, conseguiu a quantia de R$13 mil para custear o velório.
“É uma covardia o que fizeram com o meu filho. Eles não chegaram em nenhum momento. O único apoio que eu tive foi da ONG Rio da Paz, que esteve comigo desde o começo. Se não fossem eles eu estava perdida. Eles botaram assassinos para assassinar meu filho. Eles (o Exército) não foram me perguntar se eu queria alguma ajuda, se precisava de um copo d’água”, contou Aparecida, após o enterro que reuniu cerca de 30 pessoas.
Na dia da tragédia, o músico Evaldo dos Santos Rosa, que estava no veiculo, não resistiu aos disparos e morreu.
O enterro do catador foi realizado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio.