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EXCLUSIVO: UPA não entrega laudo médico e corpo de pedreiro é mantido em contêiner

Dona de casa se nega a enterrar o irmão há mais de uma semana

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Foto: Prefeitura do Rio

Foto: Prefeitura do Rio

A dona de casa Elma dos Santos enfrenta uma batalha há 8 dias para conseguir enterrar o corpo do irmão Luiz Carlos dos Santos, de 48 anos. O pedreiro deu entrada na UPA Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, após se sentir mal durante o trabalho no último domingo (18).

Na unidade, a irmã de Luiz Carlos teve o acesso negado ao leito e, horas depois, recebeu a informação da morte. A documentação para liberar o corpo estava com a causa do óbito indeterminada e a dona de casa se negou a fazer o enterro até que um laudo médico fosse expedido. Segundo Elma, a UPA alegou não ter médicos para emitir o documento.

Depois de acionar a Defensoria Pública do Estado do Rio para prorrogar o enterro até que haja uma conclusão, o corpo de Luiz Carlos foi transferido para um contêiner no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde segue há mais de uma semana.

Elma dos Santos ainda procurou a Delegacia da 32º DP (Taquara). O registro foi negado e a dona de casa destratada pelos agentes. “(Eles disseram) ‘você não tá vendo que aqui está escrito causa da morte indeterminada?’ Respondi que sim e que queria saber a causa do óbito. Disseram ‘está certo. Não está entendendo?’ E começaram a falar alto, gritar comigo”, relatou.

Em nota, A RioSaúde informou que a cópia do boletim de atendimento do Sr. Luiz Carlos dos Santos na UPA Cidade de Deus foi entregue à família no dia 19 de outubro. Neste sábado (24),  um familiar compareceu à unidade e fez o requerimento de laudo médico sobre o caso, que já foi preparado e encontra-se pronto para retirada pelo solicitante. O Sr. Luiz Carlos dos Santos foi levado por ambulância do SAMU para a UPA Cidade de Deus no dia 18 de outubro, chegando na unidade já em parada cardiorrespiratória. Foi ressuscitado, mas sofreu uma segunda parada, não resistindo.

Ainda segundo a RioSaúde, pelas condições em que o paciente chegou e por ter morrido em cerca de duas horas, não foi possível ao médico observar sintomas que pudessem ajudá-lo a definir a causa da morte e, por isso, a Declaração de Óbito foi emitida como “causa indeterminada”, como estabelece o protocolo.

Até o momento, a Polícia Civil não se posicionou.