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Saúde

Especialista alerta sobre uso de cintas para tratar diástase

Comuns principalmente no pós parto, as cintas podem piorar o afastamento dos músculos abdominais, explica Gizele Monteiro

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Especialista alerta sobre tratamento contra diástase
Especialista alerta sobre tratamento contra diástase. (Foto: Reprodução)

O corpo pós parto impacta muito a autoestima e a confiança das mulheres, principalmente por aspectos como flacidez ou a temida diástase — que provoca o afastamento dos músculos abdominais e aumenta o volume da região da barriga. Comumente, mulheres que desenvolvem diástase após a gravidez, adotam o uso da cinta como uma tentativa de minimizar o problema, mas a verdade é que o acessório pode, na verdade, piorar a condição.

Educadora física e especialista em diástase, Gizele Monteiro alerta que, pelo fato da cinta apertar a barriga, a mulher acaba tendo a sensação de que os músculos estão voltando para o lugar. Mas, na verdade, esse aperto que a cinta traz é passivo e pode piorar o afastamento dos músculos abdominais.

“Quando a mulher opta pela cinta, o que acontece é que os músculos da região deixam de trabalhar e consequentemente de se fortalecer. Então, justamente por eles não estarem trabalhando, vão ficando cada dia mais fracos”, diz.

Essa fraqueza muscular provocada pelo uso da cinta deixa a barriga ainda mais estufada. “Quando a mulher tira a cinta, a barriga está inchada e caída. Esse é o efeito que eu chamo de efeito cinderela. Com cinta, cintura linda, barriga chapada, mas quando tira, a realidade é outra”, garante.

Muitas mulheres acreditam que o uso da cinta melhora a flacidez abdominal. “Não é verdade. O uso da cinta não acelera o processo de firmar a barriga nem fecha uma diástase justamente por que o músculo não foi trabalhado”, diz Gizele Monteiro.

Há diferença entre as cintas

Antes, muitas mulheres usavam cinta por indicação médica, por causa da sensação dos órgãos soltos — Entretanto, nem mesmo os médicos têm indicado o uso da cinta, o que mais tem sido recomendado por médicos são as calcinhas altas de compressão. “Essas calcinhas de indicação médica são melhor elaboradas tanto no formato, quanto no tecido e compressão. Já as cintas comerciais pegam apenas a cintura e a espremem , forçando os órgãos mais para baixo. Isso pode, inclusive, provocar incontinência urinária, que são as perdas involuntárias de urina. Então essas cintas modeladoras comerciais podem agravar toda situação da barriga e também da saúde pélvica. Hoje o que mais tem sido indicado por médicos são calcinhas altas de compressão”, diz Gizele Monteiro.

No entanto, a especialista aponta que um segredo que a grande maioria das mulheres ainda não sabe, é que, ao se cuidarem de maneira correta na gravidez, ambos os problemas podem ser evitados. “A diástase pode ser evitada com exercícios certos e especializados e essa sensação de tudo solto dentro da barriga, também não acontece, porque os músculos estão fortes, sem diástase e no pós-parto o corpo guarda uma memória muscular dos treinos da gravidez. Dessa forma elas conseguem ter um conforto e ainda verem a barriga voltando sozinha de maneira mais rápida enquanto curtem o pós-parto com seu bebezinho”, garante.

O que, de fato, funciona para a diástase?

Existem exercícios específicos para o fechamento da diástase, que focam no fortalecimento da musculatura. Gizele Monteiro explica que o foco da reversão da diástase, está em fazer com que os exercícios recuperem cada uma das alterações que a gravidez provocou, como a volta das costelas e reorganização postural. Outros aspectos que esses exercícios trabalham são: o fortalecimento abdominal com aproximação dos músculos, e fortalecimento pélvico (períneo músculos do bumbum).

“O quadril mais largo é outra queixa comum, e sem exercícios que foquem também nos músculos profundos ele não volta a sua posição Por isso que cinta, exercícios comuns não promovem essa recuperação, nem da barriga e nem do corpo. Por anos, apliquei vários tipos de exercícios para identificar quais eram eficazes e ao mesmo tempo qual seria a ordem certa respeitando a evolução e melhora do corpo”, pontua a educadora física especialista em diástase.