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Entrevista com o prefeito de Mesquita: ‘Vamos entregar o mandato com quase 70% da cobertura em atenção básica’
Ao site TUPI.FM, Jorge Miranda, falou sobre o modelo de gestão seguido no município e os principais cases de sucesso da sua administraçãoJorge Miranda (PSDB) é prefeito do município de Mesquita, na Baixada Fluminense. Ele foi eleito com 49,91% dos votos válidos, em outubro de 2016, e chegou a ser afastado duas vezes do cargo por poucos dias. Na entrevista, o prefeito apresenta bons resultados e fala dos principais cases de sucesso da sua gestão.
Tupi.FM – No dia 4 de junho, aconteceu uma reunião com profissionais da Fiocruz para ampliar o atendimento na cidade de Mesquita. O que este convênio trará de benefícios ao município?
Jorge Miranda: “Estamos trazendo profissionais de Saúde da Fiocruz para fazerem residência em várias áreas. Mesquita é a única cidade, além do Rio de Janeiro, em que a Fiocruz tem esse tipo de convênio. A Fiocruz está nos tratando como uma cidade referência na Baixada, para começar a mudar a história em volta. É um trabalho 100% de prevenção. Até porque nós estamos focados na atenção básica. Essa é a competência do município. O resto é com o Estado e o Governo Federal”.
Tupi.FM – A rede de saúde do município é uma grande rede? São quantas unidades?
Jorge Miranda: “Aqui são 20 unidades de saúde, sendo duas clínicas da família. Pegamos a cidade com mais ou menos 19% da cobertura. Já estamos com 51% e a gente deve entregar o primeiro mandato com quase 70%. Temos mais três clínicas da família para fazer. Essa semana estamos inaugurando uma na Chatuba, onde vamos tratar mais de 10 mil pessoas nesse primeiro espaço. Depois, vou abrir outra unidade, também na Chatuba. Estamos abrindo mais uma em Santa Terezinha, onde fica a nossa Policlínica, com sete equipes e 21 funcionários, para atender a até 30 mil pessoas. Depois, vamos para Juscelino, onde a população nunca teve política pública de saúde. Os moradores procuram atendimento na Coreia ou na Vila Emil. Então, vamos entregar com quase 70% da cobertura em atenção básica”.
Tupi.FM – Ainda sobre saúde, Mesquita aderiu à campanha “Agosto Dourado”, que reforça o aleitamento materno. Como funciona a campanha na cidade?
Jorge Miranda: “Durante todo o mês nós estaremos fazendo uma série de atividades nas unidades, destinadas às pessoas que estão aguardando atendimento, para reforçar a importância do aleitamento materno. Além disso, a Prefeitura tem políticas públicas voltadas para a questão da maternidade e um espaço mulher muito bom, com muitas ações importantes para as mulheres”.
Tupi.FM – Há outras iniciativas na área da Saúde?
Jorge Miranda: “Entrego fitas, insulina e aparelhos para diabético para quase mil famílias. Imagina quantos idosos são atendidos?”.
Tupi.FM – Como vocês estão conseguindo fazer para governar na crise?
Jorge Miranda: “Tomamos medidas importantes para redução de custos. Só em conta de luz, por exemplo, conseguimos reduzir de uma média de R$ 40 mil para R$ 28 mil por mês. Já batemos até R$ 26 mil. Não tem outra fórmula. O negócio é estabelecer prioridades e cortar custos. Mesquita é uma cidade dormitório. A Prefeitura é a maior empregadora. Faço de tudo para movimentar a cidade financeiramente. Apenas 18% da nossa arrecadação vem de taxas e IPTU. O resto todo vem dos governos federal e estadual. Então, quando há atraso ou diminuição nos repasses nós temos que cortar custos. Não há outro jeito. Além disso, aqui só se contrata quem a gente pode pagar. Por isso, estamos em dia”.
Tupi.FM – Como está a questão do pagamento dos funcionários? Mesquita tem enfrentado dificuldade para manter a folha em dia?
Jorge Miranda: “Esse ano nós devolvemos R$ 3 milhões para os servidores. Esse valor só para Educação, porque as pessoas contribuíram errado para a previdência. Isso aconteceu porque cumprimos uma determinação do Supremo. Fomos um dos primeiros municípios a cumprir essa decisão. E tem município que nem devolve. Teve servidor ganhando R$ 28 mil em contribuição indevida. Devolvemos tudo. O pessoal ficou impressionado porque além de pagar em dia a gente ainda devolve. Quando assumimos a Prefeitura, os servidores não tinham recebido novembro, dezembro e nem o 13º salário. Eram R$ 15 milhões em três folhas inteiras para pagar. E não tínhamos dinheiro em caixa. A gente só tinha dívida”.
Tupi.FM – Demorou quanto tempo para conseguir acertar os salários?
Jorge Miranda: “Acertamos tudo em fevereiro, quando eu tinha um mês no cargo, e foi daí que veio o impeachment. Tínhamos uma ação do SEPE, que queria arrestar o primeiro dinheiro que entrasse na conta por repasse, e a gente tinha obrigação de pagar merenda e uniforme. Chamamos o SEPE, o MP, a defensoria pública e o juiz local. Acordamos que a gente ia pegar o valor do Fundo de Previdência dos Servidores e pagar os R$ 15 milhões única e exclusivamente a eles, os próprios servidores. Parcelamos dentro do nosso mandato. Fizemos o acordo e pagamos, só que a câmara dizia que tinha que passar por eles. Fizeram um ato político para me tirar. Mas agora acabou e ganhei o processo. Depois disso, a relação com a câmara mudou muito”.
Tupi.FM – Em relação à Educação da cidade, quais os projetos que estão sendo executados para a melhoria da qualidade do ensino?
Jorge Miranda: “Uma coisa muito legal que estamos fazendo é o Programa de Saúde da Educação. Eu sempre quis colocar a criança como referência da casa. Estamos fazendo até mais do que isso. Temos um grupo das orientadoras educacionais em que elas começam a identificar alguns problemas de saúde das nossas crianças e marcam as consultas direto pelo sistema. Elas têm a senha do sistema de saúde e conseguem marcar a prioridade, como fila zero, para as consultas das crianças na rede municipal. O trabalho tem que ser integrado porque eu tenho 40 escolas e 20 unidades de saúde. O próximo passo vai ser integrar os sistemas da Educação com o da Saúde. E nisso nós já estamos bem adiantados, estamos em fase final.”.
Tupi.FM – A criança é um elo importante entre o governo e a população?
Jorge Miranda: “As famílias passam a ter mais acesso aos serviços oferecidos pelo governo assim que entram na escola. Até porque as crianças são os grandes agentes transformadores de tudo. E é nisso que a gente acredita. A criança entra na escola e, a partir daí, a gente passa a ter acesso àquela família inteira. Pegamos essa criança e essas pessoas e começamos a referenciar, para que eles utilizem as clínicas da família, para que vivam em sociedade e usem os serviços que a Prefeitura oferece”.
Tupi.FM – A garantia do bem-estar dos idosos é uma preocupação do senhor?
Jorge Miranda: “Temos atividades esportivas muito procuradas pelos idosos, como pilates e hidroginástica. A Secretaria de Cultura também tem aula de artesanato e escultura. Temos o espaço Convive, da Secretaria de Assistência. Um dos grandes problemas do idosos é o isolamento. Existe essa preocupação com os idosos e pessoas com deficiência. A Assistência social trabalha com vários equipamentos e temos mais 180 mil atendimentos por mês para esse público”.
Tupi.FM – A Prefeitura apresentou em Brasília iniciativas de desenvolvimento de políticas públicas prioritárias com foco no Microempreendedor individual, o MEI. De que forma Mesquita incentiva o pequeno empreendedor?
Jorge Miranda: “Mesquita avançou muito nessa área. Estamos em primeiro lugar no Programa Cidades Empreeendedoras do SEBRAE, principalmente pelo empreendedorismo, as novas taxas e a desburocratização dos processos. Em Mesquita abre-se uma empresa em até três dias. Baixamos todas as taxas”.
Tupi.FM – Quais foram as principais ações e avanços na Educação?
Jorge Miranda: “Pegamos os colégios públicos todos destruídos. Estamos fazendo a reestruturação das escolas. Temos 40 escolas no total e cinco já totalmente climatizadas. Lançamos o cardápio on-line e a merenda de qualidade. Abri, logo no primeiro ano, uma escola de tempo integral e todas as crianças estão com uniforme completo. No Rio de Janeiro eu sou quem mais investiu na Educação”.
Tupi.FM – Com relação à Segurança Pública, quais são as principais iniciativas do governo municipal nessa área?
Jorge Miranda: “A gente mexeu na Guarda Municipal, contratamos mais 30 guardas, compramos carros e uniformes novos, os uniformes dentro dos padrões, porque antes os uniformes eram todos pretos e não os identificava direito. Estou com uma verba de R$ 4 milhões de reais para fazer o plano de segurança pública, que vai contemplar a ronda escolar. Fizemos também umas ações em parceria com a Secretaria de Segurança de Nilópolis, a delegacia e o 20º batalhão. Vamos ter também o Mesquita Presente que é uma ação que a ALERJ está fazendo junto com o Governo do Estado. Vou deixar para o ano que vem para ver se consigo encaixar dentro dos processos de informatização da área de segurança pública
Tupi.FM – O Polo Gastronômico de Mesquita completa um ano. Qual a importância do Polo para o desenvolvimento do turismo na cidade?
Jorge Miranda: “Com o polo a gente tenta oferecer mais cultura e segurança para a região. Estamos movimentando aquela área toda. A Baixada Fluminense ainda tem muito essa coisa do contato, da calçada, da convivência. Nós entregamos o polo com uma matriz econômica de desenvolvimento. Esse é um modelo que foi premiado e nós trouxemos para Mesquita. Ele vem funcionando bem e recebendo visita de pessoas de outros municípios. E agora a gente quer que cada bairro tenha o seu polo desenvolvido. As pessoas aqui já têm essa cultura de ir para as ruas. Com o polo ficou melhor ainda, porque elas passaram a ter segurança, organização. O local virou um grande polo de cultura, lazer e desenvolvimento”.
Tupi.FM – Com a crise, muitas empresas fecharam as portas e, com isso, muitos trabalhadores ficaram sem emprego. Como a Prefeitura tem feito para melhorar a oferta de empregos na cidade?
Jorge Miranda: “Abaixar os impostos, as taxas. O índice de desemprego aqui ainda está alto. Nós somos densos, diferente de outros municípios. Não temos espaço para grandes investimentos. O maior espaço que eu tenho é a Dutra. Lá nós já temos o shopping, que deve ficar pronto no ano que vem, tenho o Açaí, que deve ficar pronto agora em setembro, a rede Amoedo também vai vir, assim como a Ambev. Essas grandes redes vão oferecer 10 mil novos empregos diretos e indiretos. Enfim, nós somos o maior empregador do município”.
Tupi.FM – A sua gestão tem focado muito no desenvolvimento, na informatização e na tecnologia. E tem como um dos principais cases de sucesso o Colab. Como funciona?
Jorge Miranda: “Nós queríamos um aplicativo que permitisse ao cidadão fazer as suas solicitações ou reclamações diretamente para a gente. E aí nós aderimos ao Colab, que é um aplicativo que existe em 154 municípios no Brasil. O Brasil todo está lá dentro. E ali, mais do que a reclamação, está garantida a despolitização do serviço público. É o fim do chamado jeitinho. Eu não atendo pedido de ninguém que não seja pelo Colab. E eu mesmo uso o aplicativo para fazer as minhas reclamações, sempre que eu vejo alguma coisa errada já faço logo um registro. Já fizemos mais de 10 mil atendimentos por aqui. A população toda pode falar comigo por aqui o tempo inteiro. Cerca de 72% dos atendimentos feitos pela Prefeitura surgem a partir de solicitações ou reclamações feitas no Colab pelos próprios moradores do município”.
Tupi.FM – Quais os principais problemas da cidade?
Jorge Miranda: “O maior problema da nossa cidade é o entulho. Para você ter uma ideia eu gasto o mesmo valor em saúde e na remoção de entulho. O maior número de reclamações no Colab é sobre entulhos, depois vem buracos nas vias, mato alto e outras queixas. A operação tapa-buraco aqui vem acontecendo e são 200 toneladas de asfalto por semana”.
Tupi.FM – Ano que vem será ano de eleição novamente. O senhor pretende vir candidato à reeleição?
Jorge Miranda: “Sim. Serei candidato”.