Conecte-se conosco

Entretenimento

Dia do Poeta: Conheça história do artista Paulinho Freitas

Compositor, escritor e músico que tem na Porto da Pedra, uma de suas inspirações é neto de uma mulher analfabeta e escravizada que sonhava em ser escritora

Publicado

em

Foto Destaque: Divulgação

Diretor Cultural da vermelha e branca se inspira na escola e no município onde nasceu para compor músicas e escrever seus poemas, alma leve, o sorriso fácil e o olhar atento às coisas mais simples do dia a dia são apenas algumas das características de Paulinho Freitas.

O poeta, compositor, escritor e músico apaixonado pela Porto da Pedra, acostumou-se  a  traduzir suas experiências cotidianas, em versos que lhe renderão uma homenagem feita pelo município, através da Câmara de Vereadores de São Gonçalo.

Neto de dona Helena, uma mulher analfabeta e escravizada, que tinha o sonho de ser escritora, Paulinho, desde criança, tinha por hábito cantar e contar o cotidiano, as aventuras dos personagens anônimos do bairro Paraíso, local londe passou a infância. Ali ou na Unidos do Porto da Pedra, o poeta perdia-se nas incontáveis horas de um bom-bate papo que logo se tornava razão para um bom texto, fosse música, prosa ou poema.

“Eu gostava muito de caminhar e observar as pessoas. Me perguntei, por diversas vezes, a razão das mulheres estarem sozinhas com os filhos, sem a figura masculina para ajudar. A gente vai vendo as pessoas pelas ruas, nos bastidores da escola, vai conversando se inspirando e fazendo com que a história dessas pessoas circule por são Gonçalo de forma poética”, revela.

Artista e suas obras (Foto: Reprodução/Divulgação)

Além de compositor e escritor, Paulinho é membro da Ala de Compositores da Porto da Pedra, onde já foi presidente e hoje atua como secretário da presidência da do grupo. É  também o Diretor Cultural da agremiação. Desde a década de oitenta, Paulinho participa de Festivais, compondo para peças teatrais, tocando e cantando em bares e além de atuar na cena cultural de São Gonçalo, desde então.

Ele representa o slogan da escola que é a “Paixão e o Orgulho de São Gonçalo”, e luta para que os artistas do município incorporem esse orgulho e amor.

“Eu tenho certeza de que, a maioria dos cidadãos que aqui residem, são apaixonados pela Unidos do Porto da Pedra e pelo município de São Gonçalo. Costumo dizer que todo o dia, nasce e morre um Cartola em São Gonçalo. Em cada esquina tem um compositor. Nós temos Osvaldo Barros, Jorge Padeiro, Jorge Remédios, temos muitos artistas, escritores e poetas. E a Porto da Pedra me deu uma visibilidade muito grande, então, temos que retribuir porque o carnaval pode dar essa visibilidade para o nosso município. Apoiando a escola, estamos apoiando São Gonçalo. Infelizmente,  cultura não dá dinheiro, mas dá satisfação pessoal, dá aquele alento no coração, de você poder botar a sua arte na rua”, diz.

Paulinho começou a escrever em 2005; em 2020 lançou seu primeiro livro de crônicas chamado “Coisas do Tigre” – Bastidores de uma Eliminatória e, o mais recente, “Coisas de Zé – Vozes da Periferia”, ambos lançados pela Editora Apologia Brasil. Semanalmente, ele é responsável por uma coluna de crônicas no Jornal Daki, intitulada ‘São Gonçalo de Afetos’.

“A minha poesia vem das pessoas. Eu recebo a poesia, eu não sou um poeta de inspiração profunda. Eu me inspiro nas pessoas para fazer poesia. Eu penso, o que é que eu posso fazer para tornar o dia de uma pessoa melhor? Eu procuro fazer a minha poesia diária, tentando alentar as pessoas para que eu seja alentado também”, comenta.

No dia 23 de outubro, Paulinho e outros escritores gonçalenses receberão uma homenagem na Câmara de Vereadores de São Gonçalo e, no dia 30 de novembro, ele participará da Via Palavra, uma Feira Literária, organizada pela editora Apologia Brasil, que irá acontecer na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), São Gonçalo.

Continue lendo