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Saúde

Dezembro laranja: verdades e mitos sobre o uso do protetor solar

Dermatologista explica cuidados e o que faz a diferença na hora de se proteger contra o câncer de pele

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O verão demorou, mas finalmente mostrou a cara para o brasileiro. Com o início oficial no dia 21 de dezembro, o mês ganhou a cor laranja para alertar a população a respeito dos cuidados contra o câncer de pele. A exposição solar excessiva é o principal fator de risco para a doença que corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão ligado ao Ministério da Saúde, o Brasil deve registrar 185,6 mil novos casos de câncer de pele até o final de 2022.

Para combater esse vilão, basta ter um cuidado básico: usar protetor solar diariamente. A recomendação do dermatologista e professor da Universidade Unigranrio, Bruno Eduardo, é que o protetor deve ser usado todos os dias, com ou sem cor, ainda que chova. “Agora, quando a exposição solar for prolongada ou intensa, como ir a praia ou trilhas, devemos usar protetor solar com maior FPS (Fator de Proteção Solar) e com cosmética mais resistente ao suor e a água”, destaca.

Uso de chapéu para auxiliar na proteção contra os sol | Foro Divulgação

O médico lembra ainda da necessidade de se proteger de outras formas, como o uso de viseiras, bonés e chapéus, além de camisas com proteção contra raios UVA e UVB. O FPS é um índice que estabelece o tempo máximo de exposição ao sol quando a pele está protegida por algum tipo de protetor solar. Bruno explica que o FPS acima de 30 é o ideal para o dia a dia. “Já para pessoas com fototipo muito baixo e maior risco de câncer de pele, pessoas com problemas de manchas de pele, como melasma e portadoras de doença como o lúpus eritematoso sistêmico, o ideal é acima de 50”, reforça.

De acordo com o especialista, o FPS se refere somente ao UVB, que tem maior potencial de cancerogenese. Hoje, a maioria dos protetores solares tem FPS e proteção para UVA, mas ainda não há uma legislação uniforme sobre a medida utilizada nos diversos produtos. “A diferença de produtos com FPS acima de 50 é muito pequena, com pouco impacto na diferença de proteção. No entanto, há sim, em outros países, protetores com FPS maior que 50”, acrescenta.

A diferença dos produtos com FPS acima de 50 não está no fator, e sim nos óxidos de ferro, que são os pigmentos que dão cor à pele, para proteção contra luz visível, principalmente na faixa azul. Essa faixa de luz está diretamente associada ao desenvolvimento de manchas. Além disso, existe uma diferença na proteção de UVA, que alguns produtos mensuram por números. “Ainda temos proteções solares com FPS 99 + que, na verdade, esse 99 é pela atuação na proteção do dano no DNA, e com isso, atua na prevenção de lesões cancerígenas. Mas é importante ressaltar que isso ainda demanda estudo”, pondera.

Por fim, mas não menos importante, o dermatologista lembra da importância de se manter hidratado, e fazer uso de antioxidantes para combater a formação de manchas. “Portanto, devemos sempre passar hidratante no corpo após a exposição solar. E isso também vale para o rosto, com hidratantes que podem ser para os diversos tipos de pele, oleosas ou não. Até porque hidratação e oleosidade nem sempre andam juntos. Eu também costumo orientar meus pacientes a usarem antioxidantes orais que diminuem os danos solares, como luteína, xantinas e piconogenol”, completa.

Para quem mantém os cuidados com a pele de forma mais profunda, também é recomendado o uso de skin care com ácido glicólico e niacinamida. Segundo Bruno, eles estimulam a remoção celular e previnem a formação de manchas, sem o problema de sensibilidade no verão, como o ácido retinóico”, recomenda.

A dica é:

  • Usar o protetor solar de manhã e reaplicar a tarde;
  • Caso tenha que lavar o rosto, ou apresente muito suor, o protetor deve ser reaplicado também;
  • Se a exposição solar for muito alta, como praia, piscina ou trilha, devemos reaplicar a cada 2 horas, e sempre após entrar na água;
  • Também é verdade que a quantidade faz diferença: no rosto, espalhar três linhas com os dedos (não se esqueça do pescoço!), no corpo, uma colher de chá para cada braço, duas para o tronco, e duas para cada perna (protetores em apresentação de spray, tem essa medição prejudicada).

“Quanto mais baixo for o fototipo do paciente, mais ele fica vermelho com o sol e, portanto, terá mais fotodano, ou seja, é correto afirmar que quanto mais clara a pele, mais cuidado o paciente tem que ter”, alerta Bruno.