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Descriminalização do aborto na Colômbia vira pauta de discussão no Brasil
Jair Bolsonaro criticou a decisão da justiça colombiana e disparou: "Lutarei até o fim para proteger a vida de nossas crianças"O mais alto tribunal da Colômbia descriminalizou nesta segunda-feira (21) o aborto nas primeiras 24 semanas de gravidez. E essa decisão acabou gerando uma discussão entre políticos por todo o Brasil nas redes sociais.
Manuela D’ávila, candidata a vice-presidente pelo PT nas eleições presidenciais de 2018, publicou uma postagem em seu perfil nas redes sociais comemorando a decisão da Suprema Corte Colombiana, mas apagou logo em seguida. Ao longo do dia, vereadores e parlamentares questionaram a publicação da jornalista.
Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro e filho do presidente Jair Bolsonaro, publicou em seu perfil no Twitter uma crítica ao comentário de Manuela. “Em 2018, PT e PCdoB formaram a chapa derrotada nas eleições. O hoje candidato a governador do ex-presidiário e Manú foram à missa METODICAMENTE barganhar o voto do inocente! Hoje um aliado destes lidera invasão a igrejas e esta senhora comemora a liberação do aborto. ESQUERDA”.
Em 2018, PT e PCdoB formaram a chapa derrotada nas eleições. O hoje candidato a governador do ex-presidiário e Manú foram à missa METODICAMENTE barganhar o voto do inocente! Hoje um aliado destes lidera invasão a igrejas e esta senhora comemora a liberação do aborto. ESQUERDA! pic.twitter.com/V1t0Pnhyja
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) February 22, 2022
Carla Zambelli, deputada federal de São Paulo, também mostrou ser contrária a opinião de Manuela e ainda disse que a opositora só apagou a publicação porque também precisa dos votos da igreja, que é contra essa posição.
Repugnante!@ManuelaDavila defende o assassinato de bebês de seis meses dentro do ventre de suas mães.
Apagou a postagem, pois lembrou que é ano de eleição e precisa pedir votos nas igrejas.
Aborto é Genocídio!#EsquerdaGenocida pic.twitter.com/YGeY37t3Lr
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) February 22, 2022
O presidente da república também mostrou sua insatisfação com a decisão e disse no que depender dele, lutará até o fim para proteger a vida das crianças.
Entenda o caso:
Após a decisão da Suprema Corte Colombiana, o país se junta a Uruguai, Guiana, Cuba, Argentina e México na lista de nações latino-americanas que flexibilizam o acesso à interrupção da gestação. Anteriormente, o aborto só era permitido no país em casos de estupro, se a saúde da mãe estivesse em risco ou quando o feto apresentasse uma má formação que comprometesse a sua sobrevivência, assim como funciona atualmente no Brasil.
O movimento Causa Justa estima que 90% dos procedimentos de aborto no país ocorrem de forma ilegal, colocando em risco a vida de mulheres, que buscam alternativas perigosas. Esse foi um dos motivos que fizeram o movimento processar a criminalização do ato, em setembro de 2020.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, também conservador e aliado de Bolsonaro, também é contra a decisão do tribunal de seu país.
“Estamos diante de uma decisão que diz a respeito a toda a sociedade colombiana, e cinco pessoas não podem propor algo tão atroz para a nação como permitir que uma vida seja interrompida até seis meses de gestação”, disse, em comunicado divulgado nesta terça.