Depoimento de ex-assessora de Marielle marca início do julgamento

A jornalista Fernanda Chaves, ex-assessora de Marielle Franco, foi a primeira testemunha a ser ouvida no julgamento dos executores do crime, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. Ela participa da audiência de forma virtual, já que está fora do país.

Durante o julgamento, Fernanda Chaves, que também seria alvo dos criminosos, relatou ao júri que não sabia se tinha sido baleada ou apenas atingida pelos estilhaços. A jornalista, que sobreviveu, também disse que, para ela, Marielle Franco estava apenas desmaiada dentro do carro.

“O carro estava bem devagar. Foi quando teve uma rajada. Num reflexo, eu me encolhi no banco do Anderson. Os tiros já tinham atravessado a janela. O Anderson esboçou dor, falou um ‘ai’. Marielle estava imóvel, e eu senti o corpo dela sobre mim”, narrou ela.

Em depoimento, Fernanda relatou que, no dia do atentado, chamou por socorro e que saiu do local engatinhando e com sangue pelo corpo.

“Eu acreditava que o carro tinha passado pelo meio de um tiroteio. Abri a porta e desci engatinhando com muito cuidado. Eu estava ensanguentada, muito suja de sangue. E comecei a gritar por socorro, pedir ajuda, por uma ambulância”, prosseguiu.

Fernanda disse ainda que pensava que Marielle estava apenas desmaiada. “Eu olhava para a Marielle e queria acreditar que ela estava viva. Imaginei que ela podia estar desmaiada porque como eu saí tão inteira do carro. Eu não queria admitir que ela pudesse estar morta”, afirmou.

Os executores do crime, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, respondem por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe, emboscada e uso de arma de fogo. A próxima testemunha é Marinete Silva, mãe de Marielle.