Conta de água mais cara gera reclamação nos condomínios do Rio

O aumento nas contas de água dos moradores do Rio tem sido alvo de reclamações dos consumidores nos últimos meses. Em muitos casos, as faturas chegaram a dobrar de valor.

No Procon Estadual do Rio de Janeiro (Procon-RJ), o crescimento no número de queixas contra a concessionária Águas do Rio é de 564%, comparado ao início de 2022. A alta levou a empresa a ser notificada pela autarquia, na última sexta-feira (27), a prestar esclarecimentos.

No condomínio Uirapuru, em Ipanema, o síndico Marcos Vinicius explica que a Águas do Rio trocou o hidrômetro e a conta subiu de R$2.200,00 para R$8.000,00. “Já fizemos uma revisão completa para procurar possíveis vazamentos e não encontramos nada. Por isso, acionamos o jurídico para entrar com uma ação requerendo o ressarcimento do valor das faturas pagas em excesso e depósito judicial das próximas faturas pelo valor da média histórica. Não tem outro jeito, precisamos levar para a justiça, pois a concessionária alega que não tem erro na medição.”, disse ele.

Além da troca do hidrômetro, Luiz Barreto, Diretor Geral da Estasa, administradora que atende mais de 600 condomínios no Rio de Janeiro, conta que a CEDAE utilizava o conceito de economia ao calcular o valor da conta, ou seja, cobrava um mínimo (15m3 para residencial e 20m3 para comercial), independentemente da quantidade de consumo, apesar de utilizar apenas um hidrômetro.

O valor majorado era enviado para o condomínio através de uma conta única. “Essa modalidade de cobrança trazia um aumento considerável nas contas, mesmo sem ter consumido todo aquele volume de água. Então, alguns síndicos entraram com uma ação contra a Cedae pedindo a troca da cobrança para consumo real, ganhando a causa e inclusive sendo ressarcido pela cobrança abusiva nos últimos 5 anos. Quando a empresa Águas do Rio assumiu, ignorou a decisão judicial, e voltou a cobrar a modalidade antiga.”, contou.

No condomínio Catete Center, cujo processo já estava concluído, a fatura da água passou de R$20.000 para R$80.000 por mês. “Essa mudança na forma de calcular a cobrança inviabiliza alguns condomínios que estavam com a arrecadação ajustada para o mês anterior, pois a conta de água representa 20% das despesas.”, explicou Luiz Barreto.

Outro problema identificado pela Estasa foi a volta da cobrança pelo tratamento de Esgoto em condomínios que fazem o seu próprio tratamento. Os condomínios Residencial Taquara, em Jacarepaguá, e Albano de Carvalho, no Recreio, ganharam na justiça o direito de pagar apenas pelo consumo de água. O processo foi concluído. Com a chegada da Águas do Rio, a cobrança pelo esgoto voltou e conta dobrou de valor.