Rio
Comissão de Transportes cobra estudo técnico sobre instalação de radares no Rio
Deputado pede explicações à prefeitura sobre aumento de pardais, locais escolhidos e falta de sinalizaçãoA Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) quer que a prefeitura explique se há estudos técnicos que embasem a instalação de radares em pontos considerados críticos da cidade. O grupo tem recebido um número crescente de reclamações de motoristas, que questionam tanto o aumento dos equipamentos quanto a localização de muitos deles — frequentemente posicionados em descidas, áreas de risco e locais com sinalização deficiente.
Segundo o presidente da comissão, deputado Dionísio Lins (Progressista), as denúncias incluem casos em que os motoristas alegam ter sido multados mesmo dentro da legalidade. Um dos exemplos citados envolve uma condutora autuada por trafegar às 5h na faixa de ônibus da Avenida Presidente Vargas, onde, conforme a CET-Rio, é permitido o uso por veículos particulares entre 21h e 6h.
Instalação de novo radar em avenida
Lins destaca ainda a instalação de um novo radar no km 382 da Avenida Brasil, em Campo Grande, em uma área de declive acentuado e sem escolas ou residências próximas. Para ele, é necessário que órgãos técnicos independentes, como a Comissão de Trânsito da OAB e o Instituto de Segurança Pública (ISP), avaliem a real necessidade desses equipamentos.
O parlamentar encaminhará à prefeitura um requerimento cobrando esclarecimentos sobre a base técnica que justifica as instalações, especialmente em regiões sensíveis. Ele também quer saber se há manutenção regular da vegetação ao redor dos radares, para garantir sua visibilidade aos condutores.
Ausência de sinalização
Outro ponto de crítica é a ausência de sinalização adequada nas vias fiscalizadas. A comissão defende a instalação de placas que indiquem os limites de velocidade com a devida antecedência — a 300, 200 e 100 metros do radar, como determina a legislação.
Em 2022, o Rio tinha 698 radares. Atualmente, são 979 — um aumento de 40%, número superior ao de São Paulo, que possui 897 equipamentos. Dionísio também lembrou que os cerca de R$ 145 milhões arrecadados em 2021 com multas deveriam ser destinados exclusivamente a ações de segurança e educação no trânsito, conforme o Código de Trânsito Brasileiro. No entanto, segundo ele, isso só ocorre em datas específicas como Carnaval e Ano Novo.
O parlamentar finaliza questionando os reais objetivos da prefeitura com os radares: proteger vidas ou ampliar a arrecadação, alimentando a percepção entre motoristas da existência de uma “indústria da multa”.
