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Cultura

‘Aquilo que nunca soube’: Alienação Parental é tema do novo livro de Luciana Gnone

Para quem gosta de investigação com pitadas de romance e conflitos familiares

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Foto Destaque: Divulgação

O sexto livro da escritora brasiliense Luciana de Gnone, moradora do Rio de Janeiro há 40 anos, está previsto para lançar no dia 17 de agosto deste ano. “Aquilo que nunca soube” lança luz à prática da alienação parental, ambienta sua narrativa na cidade do Rio e apresenta uma mulher como protagonista, uma das características da escrita de Gnone. Explora, ainda, outros temas complexos, como: abandono, violência psicológica, relacionamento abusivo e ditadura militar.

A história conta sobre uma mulher, de 37 anos, herdeira de uma joalheria. Segura, equilibrada e com vida tranquila, foi criada pelo pai como uma fortaleza, após ser abandonada, aos seis anos de idade, pela mãe. O destino impôs à protagonista Duda Castelo Branco uma reviravolta drástica, quando o pai sofreu um grave acidente e ela teve a chance de descobrir os motivos que levaram a progenitora a se afastar. Após a partida da mãe, o pai encontrou consolo na destruição da imagem daquela que decidiu ir embora.

Narrada em primeira pessoa, tanto pelas vozes de Duda Castelo Branco quanto pela mãe, Aquilo que nunca soube é uma obra investigativa que trata principalmente a alienação parental. O livro também provoca reflexões sobre o capacitismo, por exemplo, ao apresentar a construção do personagem Guilherme, juiz de Direito diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista.

Ao trazer a alienação parental para as páginas do seu novo romance, que está concorrendo ao 8º Prêmio Kindle de Literatura, responsável por reconhecer autores e autoras independentes do Brasil e suas obras, Luciana de Gnone dá um gancho atual à obra, tendo em vista que em abril deste ano a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal aprovou a revogação da Lei de Alienação Parental. Agora, outras comissões estão analisando a proposição, segundo informações da Agência Senado.

Advogados especialistas no assunto esclarecem que a Lei de Alienação Parental é utilizada principalmente por homens, para amedrontar as mães e reforçar o estereótipo de gênero no judiciário. Na prática, ao adotar a lei, o filho é o sujeito menos beneficiado nos conflitos existentes. Eles afirmam que as crianças têm o direito fundamental de conviver com o pai e a mãe e isso deveria ser respeitado, mas não faz parte da vida da realidade de muitas.

De acordo com dados divulgados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, o número de processos de alienação parental aumentou 15% no estado, nos três primeiros meses de 2023, em relação ao mesmo período de 2022. Ao trazer o tema, no Aquilo que nunca soube, Luciana de Gnone propõe uma reflexão e não pretende defender nenhum dos lados.

Para escrever, a autora contou com a mentoria de Carol Façanha, doutoranda em Literatura e ganhadora do Prêmio Le Blanc, 2021. O livro passou por duas leituras criativas. Primeiro, por Claudia Lemes, escritora de suspense, autora de Quando os Mortos Falam, finalista do prêmio Jabuti 2022 e vencedora do prêmio Aberst 2022. A escritora Vanessa Passos, que foca na narrativa de relacionamentos familiares, foi responsável pela segunda leitura crítica. Vanessa é autora de A Filha Primitiva, livro vencedor do 6º Prêmio Kindle e Jacarandá 2022, dentre outros.  

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