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Após casos de suicídios, polícia prende grupo que induzia o autoextermínio no Distrito Federal

Investigação apontou que grupo usava as redes sociais para vender remédios que levam à morte

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Neste ano, governo federal também criou a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio
(Foto: Reprodução)

A Polícia Civil do Distrito Federal conseguiu identificar a existência de um grupo que usava as redes sociais para induzir pessoas a cometer suicídio. A informação consta em um inquérito da 6ª Delegacia de Polícia, da cidade de Paranoá. A investigação começou após dois moradores do município terem tirado a própria vida.

Segundo a Polícia Civil, três pessoas foram presas durante uma operação na manhã desta quarta-feira, realizada para desarticular a organização criminosa. Durante a apuração da Polícia Civil, os agentes apuraram que uma jovem de 19 anos, moradora do Paranoá, participava de um grupo virtual denominado CTBus (Catch the Bus), expressão em inglês utilizada para se referir ao ato do suícidio.

“A vítima, aparentemente, por meios próprios, teria ingerido a substância para testar os efeitos dela, no intuito de cometer o autoextermínio. Porém, ao perceber os efeitos graves da substância, a jovem, teria pedido socorro aos pais, ainda dentro da residência, quando contou o que havia feito. Apesar do atendimento imediato, a jovem não resistiu e veio a falecer em um hospital da Região Leste da cidade”, como conta o delegado Ricardo Viana, chefe da 6ª DP.

A jovem morreu no mês de fevereiro, depois de ter ingerido uma substância tóxica, conforme orientação recebida pelos membros do grupo criminoso. Nesta quarta, os policiais deram início a uma operação para cumprir mandados de prisão, buscas e apreensão no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em Goiás e em São Paulo (capital e interior).

Segundo informações preliminares, o grupo vendia remédios que, ingeridos, levavam à morte.

 

Setembro Amarelo

Lembrando, que atualmente o Brasil celebra o Setembro Amarelo, período em que é realizada a campanha nacional de de conscientização sobre a prevenção do suicídio. A iniciativa foi criada em 2015, pelo Centro de Valorização da Vida, pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Brasileira de Psiquiatria. A campanha tem como proposta associar à cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro).

Ao longo dos últimos anos, escolas, universidades, entidades do setor público e privado e a população de forma geral se envolveram neste movimento que vai de norte a sul do Brasil. Monumentos como o Cristo Redentor (RJ), o Congresso Nacional e o Palácio do Itamaray (DF), o Estádio Beira Rio (RS) e o Elevador Lacerda (BA), para citar apenas alguns, e até mesmo times de futebol, como o Santos FC, Flamengo e Vitória da Bahia, participam da campanha.

Segundo estudo realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. Em muitos casos, é possível evitar que esses pensamentos suicidas se tornem realidade.

A primeira medida preventiva é a educação. Durante muito tempo, falar sobre suicídio foi um tabu, havia medo de se falar sobre o assunto. De uns tempos para cá, especialmente com o sucesso da campanha Setembro Amarelo, esta barreira foi derrubada e informações ligadas ao tema passaram a ser compartilhadas, possibilitando que as pessoas possam ter acesso a recursos de prevenção.

Saber quais as principais causas e as formas de ajudar pode ser o primeiro passo para reduzir as taxas de suicídio no Brasil, onde atualmente 32 pessoas por dia tiram a própria vida. Surge então um outro desafio: falar com responsabilidade, de forma adequada e alinhada ao que recomendam as autoridades de saúde, para que o objetivo de prevenção seja realmente eficaz